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Covid-19: Irlanda do Norte liberta antecipadamente dezenas de prisioneiros

LUSA
30-03-2020 16:59h

Dezenas de presidiários vão ser soltos mais cedo das prisões da Irlanda do Norte devido ao impacto da pandemia covid-19, anunciou hoje a ministra da Justiça regional, Naomi Long.

A medida deverá incidir sobre “menos de 200 indivíduos” que deveriam ser libertados nos próximos três meses, com exceção de autores de crimes considerados graves, como terrorismo, homicídio ou ataques sexuais. 

A Irlanda do Norte tem uma população prisional total de cerca de 1.500 reclusos.  

Naomi Long alegou que "não há alternativa” tendo em conta a pressão sobre os funcionários em serviço, pois muitos colegas estão ausentes por estarem em isolamento. 

“No contexto da pandemia que estamos a enfrentar, e para garantir, tanto quanto possível, a segurança e o bem-estar dos funcionários e dos que estão ao nosso cuidado, acredito que seja um passo adequado e razoável”, justificou.

A Irlanda do Norte anunciou hoje ter registado mais uma morte entre pessoas infetadas com a covid-19, elevando o balanço total para 22, enquanto que o número de casos positivos também aumentou em 123, para 533 pessoas. 

O governo autónomo da Escócia também está a avaliar a possibilidade de libertar presidiários antecipadamente, adiantou o ministro da Justiça, Humza Yousaf, na sexta-feira passada à BBC. 

Ao nível nacional, o ministro da Justiça britânico, Robert Buckland, estará a analisar várias hipóteses para garantir o respeito pelas regras de distanciamento social, incluindo o uso de edifícios como centro de detenção para imigrantes para alojar prisioneiros temporariamente, de acordo com o The Times. 

O presidente executivo do Serviço de Prisões, Jo Farrar, revelou numa audição com a Comissão Parlamentar para a Justiça, que cerca de 1.000 prisioneiros e 3.500 guardas estão em isolamento. 

O último balanço sobre a taxa de contágio dentro das prisões, feito na quinta-feira, dava conta de 27 casos de reclusos doentes com a covid-19, dos quais dois morreram. 

Há uma semana que o governo tomou medidas de proteção, proibindo as visitas exteriores, suspendendo atividades como o ginásio, bibliotecas ou sessões religiosas, e dispensando funcionários não essenciais, mantendo apenas pessoal de limpeza e cozinheiros para além dos guardas.

Para manter comunicação, foram distribuídos cerca de 900 telemóveis por 55 prisões, sem acesso à Internet com uso limitado. 

O Reino Unido registou até domingo 1.228 mortes de pessoas contagiadas pela covid-19, mais 209 do que no dia anterior, tendo identificado 19.522 casos positivos entre 127.737 pessoas testadas. 

 

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