Assustado. É desta forma que quem recebeu um transplante pulmonar se sente, diante do novo desafio que a vida lhe colocou: a pandemia de covid-19. O telefone do presidente da Associação de Transplantados Pulmonares de Portugal não pára, com pedidos de esclarecimento ou simples desabafos. São acompanhados no Hospital de Santa Marta que já estuda uma forma de lhes fazer chegar os medicamentos.
Está há semanas fechado em casa, por pertencer a um grupo de risco. Manuel Francisco já se tinha habituado à autonomia que recuperou depois do transplante para debelar um enfisema pulmonar. Ver-se agora confinado a quatro paredes, trouxe-lhe à memória recordações que dispensa bem. Há uma vida antes e outra depois da cirurgia. É a essa que se quer agarrar. O presidente da Associação dos Transplantados Pulmonares de Portugal, contou ao Canal S+ como está a viver a quarentena forçada.
Os canais de comunicação da ATPP continuam abertos. Por telefone, email ou facebook, chegam diariamente pedidos de esclarecimento ou simples desabafos de quem receia cruzar-se de alguma forma com o novo coronavírus. Por outro lado, a ATPP está em constante contato com a médica que os acompanha, incansável. Luísa Semedo é a pneumologista responsável pela equipa de transplantes pulmonares do Hospital de Santa Marta.
Estes doentes necessitam regularmente de ir do hospital recolher medicação, que tem que ser cumprida sem falhas. Manuel Francisco explica que está a ser estudada uma forma de fazer chegar os medicamentos aos transplantados pulmonares, para evitar que corram o risco de se infetarem com a covid-19.