O ministro da Saúde espanhol, Salvador Illa, assegurou hoje em Madrid que a evolução dos casos de coronavírus até agora mostra que o país está “muito perto" do pico da pandemia de covid-19.
“Se não estamos no pico estamos muito perto dele”, disse Salvador Illa numa conferência de imprensa telemática, acrescentando que desde 25 de março há “uma estabilização da curva epidémica”.
De acordo com os dados do Ministério da Saúde espanhol de 15 a 25 de março o aumento médio de casos diários de pessoas com a covid-19 foi de 20% e desde esse dia até hoje é de 12%.
Salvador Illa sublinhou a necessidade de, em primeiro lugar “alcançar o pico” da pandemia, depois “fazer descer o pico” e, finalmente, “erradicar o vírus”.
Sobre as críticas dos empresários sobre as consequências económicas do reforço das medidas de luta contra o novo coronavírus, o ministro realçou que, em Espanha, “não se estão a enfrentar saúde e economia, para que haja economia tem de haver saúde e para haver saúde o vírus tem de ser derrotado”.
As atividades consideradas não essenciais estão paralisadas a partir de hoje em Espanha, até 09 de abril próximo, a fim de reduzir ainda mais a mobilidade e o risco de infeção, e para tentar evitar o colapso nas unidades de cuidados intensivos quando o pico de contágios chegar.
A medida foi aprovada no domingo num Conselho de Ministros extraordinário que estabeleceu que todos os trabalhadores em atividades não essenciais fiquem em casa, recebendo o seu salário "normalmente" e, quando o período de cessação da atividade passar, recuperem as suas horas "gradualmente".
Estão excluídos desta medida aqueles que estão de baixa por incapacidade ou licença de maternidade ou paternidade, ou os que podem trabalhar a partir de casa, entre outros.
Espanha registou, nas últimas 24 horas, 812 mortos com o novo coronavírus, uma ligeira redução do número de vítimas num só dia, elevando o balanço total para 7.340, segundo a última atualização das autoridades sanitárias.
Os números do Ministério da Saúde espanhol revelam ainda um aumento de 6.398 no número de infetados, menos do que os 6.549 novos casos anunciados no domingo.
Desde o início da pandemia, o país registou um total de 85.195 casos de covid-19, dos quais 7.340 morreram e 16.780 tiveram alta e são considerados como curados.
O país ultrapassou hoje a China em número total de infetados com o covid-19, estando apenas atrás dos Estados Unidos e da Itália.
Por outro lado, a Espanha é o segundo país no mundo com maior número de mortes, depois da Itália que tem 10.779 vítimas mortais em 97.689 casos registados até domingo.
Na totalidade do país estão ou estiveram hospitalizadas 46.617 pessoas e, dessas, 5.231 estão ou já estiveram em unidades de cuidados intensivos.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 727 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 35 mil.
Dos casos de infeção, pelo menos 142.300 são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu, com mais de 396 mil infetados e perto de 25 mil mortos, é aquele onde se regista atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 10.779 mortos em 97.689 casos confirmados até domingo.