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Covid-19: Maior pirotecnia do Alto Minho "serena" face a suspensão de festas até junho

LUSA
27-03-2020 21:12h

O administrador da Pirotecnia Minhota, a maior empresa de fabrico de fogo-de-artifício do distrito de Viana do Castelo, disse hoje aceitar com "serenidade e respeito" a suspensão de todas as festas na região até final de junho.

"Não entramos numa situação de loucura, dizendo que é injusto, porque efetivamente não faz sentido rigorosamente nenhum que quando se tomam medidas de contenção, para que as pessoas fiquem em casa, se façam atividades que originem aglomeração de pessoas. Temos de respeitar isso, e acima de tudo, respeitar as pessoas", afirmou hoje à agência Lusa, David Costa.

A Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho informou hoje que os dez municípios da região "não irão passar qualquer licença para festas, romarias e eventos equiparáveis que decorram até final do mês de junho, face aos graves riscos de saúde pública associados à propagação da pandemia do covid-19".

O administrador da Pirotecnia Minhota, com 120 anos existência, disse que o setor "sereno", por "entender, perfeitamente, que não faria sentido manter uma atividade lúdica".

"Se há atividade que tem de ser prejudicada é esta", referiu o empresário de 53 anos, a quinta geram de administradores da Pirotecnia Minhota.

A empresa tem sede na freguesia de Santa Cruz, em Ponte de Lima, e filiais na Madeira e Angola, empregando um total de 22 pessoas, sendo que "nos meses de maior volume de trabalho chega a ter entre 100 a 120 trabalhadores".

Por ano, nas duas empresas portuguesas faturam cerca de 1,5 milhões de euros. Em Angola, o volume de negócios ronda os 600 mil euros.

David Costa adiantou que a empresa está a aproveitar a suspensão da atividade "para tomar medidas internas e atenta às medidas de apoio que o Estado tem anunciado".

"O ano de 2020 está praticamente perdido. As empresas devem aproveitar para olhar para si, para dentro, e tentar superar a crise que nos vai bater à porta, que já nos está a bater à porta. O futuro não será risonho, mas as empresas têm de procurar outras alternativas de mercado e acredito que sairão mais fortes e mais dinâmicas, para fazerem a festa do Adeus à Covid-19", referiu David Costa.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou cerca de 540 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 25 mil.

Em Portugal, registaram-se 76 mortes, mais 16 do que na véspera (+26,7%), e 4.268 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, que identificou 724 novos casos em relação a quinta-feira (+20,4%).

Dos infetados, 354 estão internados, 71 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 43 doentes que já recuperaram.

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