O Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup) transmitiu hoje o primeiro de uma série de seminários ‘online’ para ajudar os docentes na adaptação ao modelo de ensino à distância, que substitui as aulas presenciais suspensas há duas semanas.
Segundo o presidente do SNESup, Gonçalo Leite Velho, a entrada em vigor do ensino à distância, depois encerramento dos estabelecimentos de ensino em 16 de março devido à pandemia da covid-19, tem gerado uma “enorme confusão e uma grande descoordenação” entre os docentes do ensino superior.
Foi neste ambiente que o sindicato lançou uma série de ‘webinars’, com especialistas na área das metodologias de ensino e aprendizagem digitais e advogados para apoiar os professores que foram agora obrigados a adotar o ensino a distância.
“Este é um modelo completamente diferente, que obriga a repensar as próprias aulas, pensar sobre quais as ferramentas mais apropriadas, de que forma interagir com os alunos”, afirmou Gonçalo Leite Velho à Lusa, considerando que não é possível transpor os pressupostos do ensino presencial para o ensino à distância.
O primeiro seminário virtual contou com a presença de Leonel Morgado, professor e investigador na Universidade Aberta, em Lisboa, e especialista em mundos virtuais, direcionados para o ensino e aprendizagem, que falou sobre algumas das várias ferramentas e plataformas disponíveis.
Além da temática do ‘e-learning’, os próximos ‘webinars’ vão abordar também questões legais associadas à suspensão das aulas presenciais, com a presença de advogados, uma vez que as circunstâncias atípicas atuais também têm suscitado algumas dúvidas a esse nível entre os docentes.
Gonçalo Leite Velho admitiu que o período de interrupção letiva da Páscoa poderá ajudar a acelerar a adaptação dos docentes ao novo modelo, mas alerta que o ensino à distância ficará sempre aquém daquilo que é o ensino presencial.
“É muito difícil passarmos pessoas com décadas de experiência no modelo presencial para o modelo à distância. A interrupção da Páscoa pode ajudar, mas não é certamente em duas semanas que os professores se adaptam” à nova realidade, sublinhou o presidente do SNESup.
Segundo Gonçalo Leite Velho, ao longo da primeira conversa, que durou uma hora, estiveram a assistir, em média, cerca de 330 pessoas.