As mensagens em causa desaconselham os guineenses a tomarem uma alegada vacina a ser ministrada pelas autoridades do país para evitar o contágio pelo novo coronavírus.

A vacina, diz a mensagem, teria sido adquirida pelas autoridades e, supostamente, teria chegado a Bissau, na quinta-feira, por via área.

A Lusa recebeu hoje, pelo menos, duas mensagens do género, onde se pode constatar que seriam cidadãos guineenses residentes no estrangeiro a alertarem os seus familiares em Bissau sobre a iminência do alegado perigo.

Confrontado pela Lusa com estas mensagens, Salomão Crima, diretor-geral de Epidemiologia e Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde disse tratar-se de "puro 'fake news', até porque ainda não existe vacina contra a covid-19".

"É fácil de desmontar. Acha possível que a vacina possa ser fabricada ao ponto de chegar já à Guiné-Bissau?", questionou Crima, que pediu à população para que mantenha a calma e siga as orientações das autoridades sanitárias sobre qualquer assunto ligada à pandemia.

O responsável afirmou ainda que "continua estável" a situação de saúde das duas pessoas testadas positivo à covid-19 (um indiano e um cidadão da República Democrática do Congo) e que as autoridades prosseguem com os trabalhos de identificação e rastreio das pessoas com as quais tiveram contactos.

Na Guiné-Bissau, as autoridades confirmaram a existência de dois infetados por covid-19.

No âmbito do combate à pandemia, as autoridades na Guiné-Bissau decidiram encerrar fronteiras, escolas, restaurantes e outro tipo de comércio local, locais de culto, bem como restringir a circulação e a abertura de comércio que vende bens de primeira necessidade ao período entre as 07:00 e as 11:00.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou cerca de 540 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 25 mil.

Dos casos de infeção, pelo menos 112.200 são considerados curados.

O número de mortes causadas pela covid-19 em África subiu para 94 com os casos acumulados a ultrapassarem os 3.400 em 46 países, segundo a mais recente atualização das estatísticas sobre a pandemia.