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Covid-19: Mais dois hospitais de campanha para responder a aumento de casos no Reino Unido

LUSA
27-03-2020 18:40h

O governo britânico vai construir mais dois hospitais de campanha em centros de exposições, em Manchester e Birmingham, para aumentar a capacidade de resposta à pandemia de covid-19, cujo número de casos está a crescer rapidamente.

Desde quinta-feira, o número de pessoas infetadas aumentou em 2.885, para 14.543, adiantou hoje o ministro do Conselho de Ministros, Michael Gove, sinal de que "a taxa de infeção tem vindo a duplicar cada três, quatro dias”. 

Para aumentar a capacidade de resposta, o sistema nacional de saúde (NHS) britânico vai criar mais dois hospitais de campanha nos centros de exposições NEC, em Birmingham, e Manchester CCC, adiantou o presidente executivo do NHS, Simon Stevens, estando em estudo a instalação deste tipo de hospitais. 

De acordo com a BBC, o HMS Nightingale de Birmingham, que também vai abranger o País de Gales, terá capacidade para 5.000 camas, e o de Manchester para cerca de 1.000. 

Um novo hospital temporário no centro de exposições ExCeL, no leste de Londres, com capacidade para 4.000 camas, já está em construção desde a semana passada.

Stevens disse que atualmente estão hospitalizadas 6.200 pessoas com problemas resultantes da covid-19, e que o NHS reorganizou os hospitais existentes para libertar 33.000 camas para responder à pandemia. 

No balanço feito hoje, o Ministério da Saúde deu conta de 759 óbitos de pacientes com covid-19, mais 118 (31%) do que as 578 registadas na quinta-feira. 

Gove conduziu a conferência de imprensa diária do governo sobre a crise do coronavírus, pois o primeiro-ministro, Boris Johnson, e o ministro da Saúde, Matt Hancock, tal como o estão em isolamento por terem contraído o vírus SARS-CoV-2. 

O diretor geral da Saúde, Chris Witty, que tem estado envolvido nos planos de combate à pandemia, também se queixou de sintomas e entrou em isolamento, mas ainda não tem o resultado do teste que efetuou.

Gove indicou que uma “nova aliança” de empresas, universidades e institutos de investigação vai aumentar a capacidade de testes aos profissionais de saúde para saber se estão infetados, devendo “centenas” ser realizados durante o fim de semana e mais na próxima semana. 

O governo britânico tem sido alvo de críticas devido à falta de capacidade para testar pessoas suspeitas de terem contraído a doença e obrigadas a isolar-se, testando apenas aquelas que são hospitalizadas e impedindo o regresso ao trabalho de trabalhadores essenciais, como médicos e enfermeiros. 

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou cerca de 540 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 25 mil.

Dos casos de infeção, pelo menos 112.200 são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu, com mais de 292 mil infetados e quase 16 mil mortos, é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 8.165 mortos em 80.539 casos registados até quinta-feira.

A Espanha é o segundo país com maior número de mortes, registando 4.858, entre 64.059 casos de infeção confirmados até hoje, enquanto os Estados Unidos são desde quinta-feira o que tem maior número de infetados (mais de 85 mil).

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