A multinacional alemã Teka, que tem uma unidade industrial em Ílhavo, no distrito de Aveiro, confirmou hoje que irá colocar cerca de 130 trabalhadores em ‘lay-off’ a partir de abril, devido à quebra no volume de negócios.
“Estamos a ter uma redução no volume de negócios na vertente comercial e na vertente industrial e, como tal, iremos encetar para o mês de abril um ‘lay-off’”, disse à Lusa João Nascimento, presidente do comité executivo regional da Teka.
O responsável referiu que a medida irá abranger cerca de 130 dos 360 dos trabalhadores da empresa em Ílhavo e em Lisboa, apontando para “entre 30 a 40% de quebra de horas de trabalho”.
“Nem todos os funcionários serão abrangidos pelo ‘lay-off’ a tempo inteiro. Haverá aqui uma parte significativa que será só a meio tempo”, esclareceu João Nascimento.
O gestor prevê que o ‘lay-off’ possa durar cerca de um mês, adiantando que, durante este período, a unidade industrial de Ílhavo, que emprega cerca de 260 trabalhadores, não vai parar, continuando a produzir exaustores, microondas, fornos de vapor e gavetas de aquecimento de pratos.
“Todos os setores vão funcionar. O que se está é a fazer um reajuste das equipas àquilo que se prevê que seja o volume de negócios em abril”, precisou, observando que o mercado internacional está parado e o mercado nacional “funcionou razoavelmente bem até meados do mês, mas, neste momento, já se começa a notar alguma travagem”.
Quanto ao fornecimento de matéria-prima, o responsável reconhece que há um “risco permanente” de haver uma rutura, mas diz que, até ao momento, a produção não foi afetada.
“Quando não podemos produzir um produto, estamos a produzir outro. Inicialmente houve alguma dificuldade com o que vinha da China, mas o fornecimento já começa a estar normalizado e, ao mesmo tempo, começamos a ter problemas com alguns fornecedores italianos”, disse João Nascimento.
O presidente do comité executivo regional da Teka adiantou ainda que, até agora, não têm qualquer registo de trabalhadores infetados com o novo coronavírus, assegurando que tomaram “todas as medidas necessárias para dentro do possível manter as pessoas em segurança”.
“Além das desinfeções diárias, fornecemos álcool às pessoas, mantemos distância, diminuímos a densidade de pessoas que podem permanecer no refeitório e nas zonas de lazer, acabamos com viagens e visitas a clientes”, explicou.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou cerca de 540 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 25 mil.
Portugal regista hoje 76 mortes associadas à covid-19, mais 16 do que na quinta-feira, e o número de infetados subiu para 4.268, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde.