A Polícia Nacional (PN) de Cabo Verde alertou hoje todos os pré-reformados para estarem disponíveis e contactáveis para uma possível convocação para o serviço, para aplicação do plano de contingência para o novo coronavírus.
Numa circular, publicada hoje, mas com data de 24 de março e assinada pelo diretor da Polícia Nacional, Emanuel Estaline Moreno, justifica a decisão com o aparecimento de casos positivos do novo coronavírus em Cabo Verde e que levou o Governo a elaborar um plano de contingência.
Para aplicação desse plano, o executivo solicitou um forte engajamento de toda a sociedade e de todas as instituições, em particular dos profissionais da Polícia Nacional, para vigilância de portos e aeroportos, assim como praias e outros pontos.
Na circular refere-se que o estatuto da PN estabelece que “o pessoal da PN, que se encontra em situação de pré-aposentação, pode, a todo o tempo, ser chamado ou requerer a prestação de serviço compatível com o seu estado físico ou intelectual, em conformidade com os respetivos conhecimentos e experiência e com as necessidades e conveniências dos serviços”.
Assim, o diretor nacional pediu aos pré-aposentados para se manterem disponíveis e contactáveis para uma possível convocação para o serviço, “em caso de grave alteração da situação epidemiológica no país no que diz respeito à covid-19”.
Os agentes devem “disponibilizar ao serviço os seus contactos, telefone fixo ou móvel, atualizados, ou ainda e-mails e outros meios de comunicação célere”, pediu o diretor, indicando que, na eventualidade de se apresentarem ao serviço, os polícias deverão fazê-lo nas unidades mais próximas da sua residência.
Cabo Verde regista cinco casos da covid-19 e uma morte, entre as ilhas da Boa Vista e de Santiago (Praia), onde foi assinalado o primeiro caso de transmissão local.
Na quinta-feira, o Governo declarou que elevou o nível da Proteção Civil a risco de calamidade, suspendeu as ligações aéreas e marítimas interilhas de passageiros e determinou o encerramento de empresas públicas.
No mesmo dia, o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, defendeu que seja declarada de imediato a situação de emergência no país, o que deverá acontecer ainda hoje por parte do Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca.
O Presidente cabo-verdiano reuniu hoje o Conselho da República e ouviu os líderes dos partidos políticos com assento parlamentar e os líderes das confissões religiosas sobre a declaração da situação de emergência no país para combater a pandemia da covid-19.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou cerca de 540 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 25 mil.
Dos casos de infeção, pelo menos 112.200 são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.