A organização policial europeia Europol alertou hoje para a multiplicação de fraudes e crimes desde a chegada da pandemia da covid-19 ao continente, nomeadamente com a enorme procura de bens como máscaras e gel desinfetante.
Segundo um comunicado de imprensa hoje divulgado, a grande procura de determinados bens, como equipamento de proteção e produtos farmacêuticos, a redução da mobilidade das populações e a intensificação do comércio ‘on-line’ abriu ‘oportunidades de negócio’ a criminosos.
A Europol constatou que os criminosos adaptaram as suas atividades, sobretudo em quatro áreas: cibercrime, fraude, contrafação e crime organizado.
A Europol dá como exemplos de fraude uma compra por uma empresa europeia de máscaras e gel desinfetante a um fornecedor em Singapura, no valor de 6,6 milhões de euros, nunca tendo o material sido entregue.
Por outro lado, a organização europeia divulga que, entre 03 e 10 de março, foram apreendidas 34 mil máscaras cirúrgicas contrafeitas numa operação mundial em que a Europol participou.
Uma vaga de assaltos foi identificada em muitos Estados-membros, fazendo-se os assaltantes passar por técnicos de saúde que vão a casa testar as pessoas para a covid-19 ou distribuir material de proteção.
Outra área que preocupa as autoridades é o cibercrime, tendo já sido reportado um ataque informático a um hospital na República Checa, que obrigou a desligar toda a rede de computadores, adiar cirurgias urgentes e redirecionar doentes graves para hospitais próximos, avançou a organização.
“O número de ataques cibernéticos contra organizações e pessoas é significativo e deverá aumentar”, alertou a Europol.
“Os criminosos usaram a crise da covid-19 para fazer ataques de engenharia social relacionados com a pandemia, distribuindo vários pacotes de 'malware' (programas informáticos maliciosos)”, acrescentou a organização.
No entanto, e apesar do aumento da criminalidade nessas áreas específicas, vários países, como Espanha ou Bélgica, indicaram que, nos últimos dias, o crime geral durante o confinamento está a ser significativamente menor do que em tempos normais.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais 505 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram cerca de 23.000.
Dos casos de infeção, pelo menos 108.900 são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu, com quase 275.000 infetados e 16.000 mortos, é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 8.165 mortos em 80.539 casos registados até hoje.
A Espanha é o segundo país com maior número de mortes, registando 4.089, entre 56.188 casos de infeção confirmados.