Os reitores das universidades vão manter o pagamento das propinas, mas garantem que estão atentos e preparados para apoiar os alunos que possam vir a ser financeiramente afetados pelos efeitos da pandemia da covid-19.
Hoje, os reitores das universidades assim como os presidentes dos institutos politécnicos estiveram durante toda a tarde reunidos para discutir os efeitos da pandemia covid-19, que já provocou quase três mil infetados em Portugal.
Há mais de uma semana que as instituições de ensino superior têm as aulas presenciais suspensas, mas mantêm o ensino à distância.
Para o presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), António Fontainha Fernandes, não faz sentido neste momento suspender ou reduzir o valor das propinas.
O representante das instituições de ensino superior referiu que as aulas estão a decorrer, apesar de serem à distância, e que os professores e funcionários estão a trabalhar.
No entanto, António Fontainha Fernandes sublinhou que as instituições estão atentas e preparadas para acionar os serviços de ação social caso haja algum aluno que precise. Uma prática que já vem sendo habitual nas instituições, sublinhou.
“Existe uma dimensão social do problema que está a ser acautelada também pelo Governo que lançou um conjunto de medidas para prevenir o impacto da pandemia”, lembrou.
Hoje, os reitores das universidades estiveram reunidos a partilhar experiências e medidas que estão a implementar para tentar minimizar os impactos da pandemia da covid-19 e do isolamento social em que vive atualmente a comunidade estudantil e todo o país.
Fontainha Fernandes considera que “o ensino superior é um exemplo de normalidade”, já que as aulas continuam a ser dadas através do teletrabalho e do ensino à distância.
Por vezes, as instituições encontram soluções diferentes para problemas iguais, mas todas têm o mesmo objetivo: “Que os alunos concluam com êxito este ano letivo”, sublinhou.
Em cima da mesa estiveram a ser analisados problemas sobre como fazer a avaliação dos estudantes internacionais, como resolver as aulas laboratoriais que estão suspensas ou quando se poderá regressar às aulas presenciais. Temas sem solução ainda à vista, reconheceu à Lusa.
Entretanto, apontou, as instituições têm-se mobilizado para ajudar a reduzir o impacto da pandemia: há investigadores de universidades a trabalhar para aumentar a oferta de produtos de proteção contra o vírus assim como novos ventiladores. Também há residências estudantis preparadas para a receber as equipas médicas que precisem de descansar, exemplificou Fontainha Fernandes.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou perto de 428 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 19.000.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu, com mais de 226.000 infetados, é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 6.820 mortos em 69.176 casos registados até terça-feira.
Em Portugal, há 43 mortes, mais 10 do que na véspera (+30,3%), e 2.995 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, que regista 633 novos casos em relação a terça-feira (+26,8%).
Dos infetados, 276 estão internados, 61 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 22 doentes que já recuperaram.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.
Além disso, o Governo declarou no dia 17 o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar.