O economista João Duque acredita que o “tempo de guerra”, de que falou na semana passada Mário Centeno, traga com ele um orçamento retificativo.
Primeiro, o governo recusou a ideia. Depois, perante o avanço sem tréguas da pandemia do novo coronavírus e a necessidade de declarar o estado de emergência, o ministro das Finanças acabou por dar a mão à palmatória.
Mário Centeno assumiu que “tempos de guerra” podiam obrigar o executivo a refazer as contas e a apresentar um orçamento retificativo.
Esse cenário já tinha sido equacionado por João Duque. O economista esteve no programa Saúde em Dia na Hora e explicou que esse seria o caminho mais provável. O arrefecimento do consumo é um rombo violento na economia, sobretudo nas receitas de IVA.
Entretanto, já alguns partidos, como o Bloco de Esquerda e o PSD, mostraram-se disponíveis para viabilizar um orçamento retificativo, caso venha a ser apresentado.
João Duque recordou também que a Banca está numa situação muito sensível. O economista afirma que é essencial implementar medidas que permitam proteger os bancos.
Mais tarde, o problema não será capital para emprestar, mas a garantia de que, quem pede, tem como pagar.
Confrontado com opiniões recolhidas na rua, que refletem medo, João Duque afirma que se trata de mundo real, uma experiência social e não de laboratório que leva a comportamentos imprevisíveis.