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Covid-19: Irão proíbe circulação entre cidades

LUSA
25-03-2020 13:48h

O Irão prepara-se para proibir até sexta-feira a circulação entre as cidades do país devido à progressão da epidemia da covid-19, segundo declarações feitas hoje por responsáveis em Teerão.

“As viagens serão proibidas, sair das cidades será proibido”, declarou o porta-voz do governo, Ali Rabii, através da rede social Twitter e do serviço de mensagens Telegram, depois do Presidente Hassan Rohani ter anunciado a aplicação iminente de “medidas difíceis” para a população.

Até agora o governo tinha recusado impor medidas de confinamento ou de quarentena, como fizeram numerosos outros países, afirmando que tal poderia provocar um desastre na economia fragilizada devido às sanções norte-americanas.

A proibição de viagens surge em período de férias escolares devido ao Ano Novo persa e quando milhões de pessoas viajam para fora da sua província.

A data da entrada em vigor da nova medida ainda não é clara.

“As pessoas devem regressar o mais rapidamente possível às suas cidades”, disse Rabii, falando de uma “ordem” cuja violação será passível de “multas”.

“A entrada e a saída das cidades será vigiada mais a sério, exortamos as pessoas a cooperarem mais com as autoridades a partir de amanhã (quinta-feira) ou depois de amanhã (sexta-feira) quando este projeto for aplicado”, declarou o ministro do Interior, Abdolreza Rahmani Fazli, citado pela agência oficial IRNA.

Rabii, por seu turno, sugeriu a possibilidade de um futuro confinamento.

“Se considerarmos que há demasiada circulação inútil nas cidades, tomaremos certamente medidas mais rigorosas”, disse.

O Irão é, juntamente com a Espanha, Itália e China, um dos países mais afetados pela pandemia do novo coronavírus.

O Ministério da Saúde iraniano anunciou hoje 143 novas mortes devido à doença, o que faz subir o número total de vítimas mortais no país para 2.077. A República Islâmica conta com 27.017 casos de infeção confirmados.

 O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou perto de 428 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 19.000.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.

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