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Covid-19: Uruguai reforça proteção a vítimas de violência de género isoladas

24-03-2020 21:15h

O Uruguai anunciou hoje que as mulheres vítimas de violência de género e que se encontram isoladas em casa devido à pandemia da covid-19 vão ter acesso aos meios de apoio para evitar a ocorrência de femicídios.

Depois de se terem registado quatro assassinatos de mulheres entre os dias 04 e 14, segundo os meios de comunicação locais, organismos do Estado e agentes da sociedade civil juntaram-se para uma reunião por videoconferência do Conselho Nacional Consultivo por uma Vida Livre de Violência de Género do Uruguai.

“O principal objetivo é quebrar o isolamento em que as mulheres vítimas de violência doméstica permanecem”, afirmou Mónica Bottero, diretora do Instituto Nacional das Mulheres, cuja instituição reforçou o sistema de resposta telefónica para ajuda a mulheres em situação de violência, após a declaração de estado de emergência sanitária no país, em 13 de março, devido à covid-19, que conta 162 pessoas infetadas, mas nenhuma morte.

Nestes primeiros dias de restrição impostos pela propagação do novo coronavírus no país registou-se uma diminuição do número de chamadas para a linha de apoio às vítimas, bem como um menor recurso aos serviços presenciais. Por isso, o Conselho revelou que vai preparar campanhas de sensibilização para as vítimas num contexto de isolamento social e estabelecer redes comunitárias de auxílio.

Paralelamente, será requerida por esta entidade a prorrogação por 60 dias de medidas cautelares destinadas à proteção de mulheres vítimas de violência, como pulseiras eletrónicas ou prisões preventivas. As medidas vão entrar em vigor no país dentro de 48 horas.

O problema dos femicídios no Uruguai durante este estado de emergência foi assumido pelo Presidente do país, Luís Lacalle Pou.

“Infelizmente, como um efeito colateral obviamente muito sério, por vezes este confinamento, este isolamento, traz consigo este tipo de ações”, admitiu o chefe de Estado.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 400 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram cerca de 18.000.

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