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COVID-19: O tipo sanguíneo pode aumentar o risco de infeção?

Canal S+ VD
24-03-2020 17:19h

Um estudo preliminar desenvolvido por investigadores do Hospital Zhongnan, da Universidade de Wuhan, na China, garante que as pessoas com sangue tipo A podem ser mais vulneráveis à infeção pela COVID-19.

A equipa examinou 2173 pessoas com diagnóstico positivo de COVID-19 e afirmam que os pacientes com sangue de tipo A manifestaram uma taxa de infeção pelo novo coronavírus “significativamente maior” bem como “sintomatologia mais grave”.

Apesar da pesquisa não ter sido ainda revista por outros investigadores, já foi publicada na plataforma científica MedRxiv.

A equipa chinesa liderada por Wang Xinghuan está consciente que são necessários mais estudos e pesquisas que confirmem estes dados.

Das conclusões do estudo importa ainda referir que os doentes com tipo sanguíneo O foram os que manifestaram menor risco de infeção.

Noutras infeções virais, como é o caso do vírus NorWalk ou da hepatite B existe uma clara suscetibilidade ao tipo sanguíneo. Aliás, outras pesquisas internacionais já comprovaram que os indivíduos com sangue tipo O são menos permeáveis a serem infetados pela SARS ou outras doenças motivadas por coronavírus.

Importa dizer que 85 dos 206 pacientes de Wuhan, presentes no estudo, que perderam a vida por causa da COVID-19 tinham sangue de tipo A; o que corresponde a uma taxa 63% superior aos do tipo O.

O Canal S+ conversou com o Diretor de Sangue do Hospital de Santa Maria a respeito destes dados. Para o professor Álvaro Beleza não há ainda nenhuma evidência que o tipo sanguíneo possa estar associado a níveis inferiores ou superiores de infeção pelo novo coronavírus. O especialista garante que o que se pode fazer, como sucede, noutras patologias passa por recolher plasma de doentes infetados e já com alguma imunidade adquirida e administrá-lo a outros indivíduos, sobretudo grupos de risco, de modo a minimizar implicações clínicas como a insuficiência respiratória e o consequente recurso a um ventilador.

O último boletim epidemiológico da Direção Geral da Saúde (DGS) dá conta de 33 mortos em Portugal, 2362 casos positivos, 15474 suspeitos e 22 recuperados.

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