SAÚDE QUE SE VÊ

Covid-19: Egito anuncia duas semanas de recolher obrigatório

LUSA
24-03-2020 12:49h

O Egito vai impor duas semanas de recolher obrigatório no país mais populoso do mundo árabe numa tentativa de travar a disseminação do novo coronavírus, anunciou hoje o primeiro-ministro, Mustafa Madbuly.

Numa conferência de imprensa, Madbuly disse que o recolher obrigatório, entre as 19:00 e as 06:00, entra em vigor na quarta-feira em todo o país, adiantando que muitos transportes serão interrompidos durante aquelas 11 horas.

O Egito conta 366 casos da covid-19 e 21 pessoas morreram, incluindo dois oficiais superiores das forças armadas.

O anúncio foi feito numa altura em que o Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou que a falta de provisões, nomeadamente ao nível da saúde, pode afetar os países mais pobres do Médio Oriente.

Foram confirmados 31.000 casos do novo coronavírus no Médio Oriente, a grande maioria no Irão.

A descida do preço de petróleo também pressiona os países da região. Isto pode afetar a sua capacidade para comprar o que é necessário para combater o vírus, que desafia os sistemas de saúde em todo o mundo.

Muitos países já reagiram exortando ou decretando que centenas de milhões de pessoas ficassem em casa. O Egito, com 100 milhões de habitantes, tornou-se hoje o mais recente país a tomar uma medida desse tipo.

O FMI, que tradicionalmente pede aos governos para aplicarem medidas de austeridade, exorta agora os governos do Médio Oriente a oferecerem uma isenção temporária de impostos e alertou que a falta de provisões ao nível da saúde pode prejudicar o Iraque, o Sudão e o Iémen, sobretudo se levar a um aumento de preços.

“Dado o grande número de pessoas empregadas no setor dos serviços, haverá grandes repercussões se o desemprego aumentar e os salários descerem”, disse o diretor do FMI para o Médio Oriente, Jihad Azour, num comunicado.

A chegada da epidemia à Síria, com um caso positivo, bem como à Faixa de Gaza, faz temer que a propagação do vírus possa ser galopante em algumas áreas vulneráveis do Médio Oriente.

A Líbia e o Iémen, que ainda não registaram casos do novo coronavírus, mas que se encontram devastados pela guerra, são também motivo de preocupação.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 360.000 pessoas em todo o mundo, das quais cerca de 17.000 morreram.

MAIS NOTÍCIAS