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Covid-19: Trabalhadores de recolha de resíduos hospitalares no Centro sem proteção – Sindicato

23-03-2020 18:25h

O Sindicato dos Trabalhadores de Hoteleira do Centro afirmou hoje que a generalidade dos trabalhadores de recolha de resíduos hospitalares das unidades da região Centro está a exercer as suas funções sem proteção face à Covid-19.

Os trabalhadores de recolha de resíduos hospitalares nos estabelecimentos da região Centro, concessionado à empresa Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH), “continuam a exercer” a sua tarefa “sem proteção” contra a propagação do novo coronavírus (SARS-CoV-2), disse hoje, à agência Lusa, António Baião, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Centro (STIHTRSC).

“Alguns” daqueles funcionários “já têm proteção”, mas “é insuficiente”, assegurou António Baião.

Os trabalhadores do SUCH dos setores da alimentação e da lavandaria dispõem de meios de proteção, mas “só há cerca de cinco dias” e depois de a empresa ter sido pressionada nesse sentido, pelos trabalhadores e pelo Sindicato, e de alguns funcionários “terem ficado de quarentena” e de se terem registado algumas proibições da sua entrada em enfermarias, sublinhou o dirigente sindical.

A empresa SUCH tem a concessão dos serviços de lavandaria e de recolha de resíduos de todos os hospitais da região Centro e do serviço de alimentação de parte destes estabelecimentos.

“Há falta de respeito” para com estes “profissionais que estão na linha da frente do risco, não só agora, mas diariamente no cumprimento das suas tarefas”, para assegurarem que quem está hospitalizado tenha “comida, roupa lavada e recolha dos resíduos hospitalares”, sustenta o STIHTRSC, numa nota enviada hoje à agência Lusa.

“A ajuda que têm da sua empresa é a pressão no trabalho, com um quadro de pessoal” insuficiente (e cujo reforço é reclamado “há mais de um ano” pelo Sindicato) e que, agora, com a covid-19, “se agravou”, afirma a mesma nota.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 341 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 15.100 morreram.

Depois de surgir na China, em dezembro de 2019, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Em Portugal, há 23 mortes e 2.060 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral de Saúde.

Dos infetados, 201 estão internados, 47 dos quais em unidades de cuidados intensivos.

Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira e até às 23:59 de 02 de abril.

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