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Covid-19: Federação de vela considera realização de Tóquio2020 “um risco”

23-03-2020 17:54h

O presidente da federação portuguesa de vela (FPV), António Roquette, considerou hoje ser “um risco” manter Tóquio2020 nas mesmas datas, face à pandemia da covid-19, mas está “à espera de ter coisas mais em cima do ‘timing’ necessário”.

“Eu não sei como as coisas vão evoluir no Japão, os melhores atletas do mundo vão estar no Japão. Dentro desse contexto, julgo que é um risco. Não sei como é que a situação vai evoluir até julho. Estou à espera de ter coisas mais em cima do ‘timing’ necessário”, explicou à Lusa.

Jorge Lima e José Costa, na classe 49er, já garantiram uma vaga nos Jogos Olímpicos, mas António Roquette lembrou que Portugal pode estar representado em mais classes na vela. Contudo, a qualificação, prevista para Génova, em Itália, foi suspensa.

“Gostaríamos de ter apuramentos. Estão marcados, mas não poderão ser em Génova com certeza”, afirmou o dirigente federativo.

O Canadá e a Austrália já anunciaram que não vão enviar os seus atletas a Tóquio2020 caso as datas se mantenham, de 24 de julho a 09 de agosto, com o presidente da federação portuguesa de vela a considerar que o Comité Olímpico Internacional (COI) deveria ceder e, tal como no futebol, “adiar por um ano, se as coisas estiverem estabilizadas”.

“Desde que haja um ou dois países que digam que não vão aos Jogos por temer aquilo que se está a passar, acho que, num certo ‘fair-play’, não se deverão realizar”, expressou.

Os atletas olímpicos portugueses de vela estavam a treinar em Palma de Maiorca, em Espanha, em preparação para a regata Rainha Sofia, quando o surto começou a evoluir, tendo regressado imediatamente a Portugal, onde os velejadores continuarão a treinar, “com as devidas precauções”.

“Decidi hoje com o meu diretor técnico [Luís Rocha] que os nossos atletas pudessem continuar a treinar. Seriam quatro equipas em Cascais e outra no Porto. Enquanto os Jogos não forem adiados, devemos continuar a treinar, dentro de um certo tipo de condições”, sublinhou.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia de Covid-19, já infetou mais de 341 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 15.100 morreram.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.

Em Portugal, há 23 mortes e 2.060 infeções confirmadas. O país está em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira e até às 23:59 de 02 de abril.

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