Vários marroquinos saíram à rua, na noite passada, para rezar em conjunto nas cidades de Tânger, Fez e Tetuão, contrariando assim as medidas de confinamento obrigatório decretadas devido à pandemia da covid-19, noticiam hoje os media locais.
Segundo imagens captadas pela imprensa marroquina, os fiéis reunidos para orar nestas cidades do país entoavam cânticos como “Allah Akbar, Deus é grande e ele só pode nos ajudar” e classificando o novo coronavírus como “um teste divino”.
As imagens foram também publicadas nas redes sociais, quase como forma de denúncia às autoridades.
Em Marrocos, como noutros países do norte de África e Médio Oriente, as mesquitas estão fechadas e as autoridades religiosas apelam a que se ore em casa.
O país está desde sexta-feira à noite em estado de emergência e mobilizou forças policiais auxiliadas pelo exército para controlar os deslocamentos não essenciais.
Além do confinamento, agora existem restrições à circulação em transporte público e aos movimentos entre cidades.
Decretado está também que os infratores possam incorrer em penas de prisão ou numa detenção, muitas vezes de forma agressiva, como mostram imagens a circular nas redes sociais.
Estão, ainda, previstas sanções para quem espalhar notícias falsas ou rumores sobre a pandemia, o que já levou à detenção de 20 pessoas nos últimos dias.
As autoridades marroquinas proibiram, ainda, os voos de e para aquele país, o que levou muitos turistas, entre os quais europeus, a ter de solicitar ações de repatriamento, realizadas já por Estados-membros como Portugal.
A pandemia da covid-19 já provocou 12.895 mortos e 300.097 pessoas estão infetadas em 169 países e territórios.
Em Marrocos, os dados mais recentes, publicados hoje, dão conta de 104 casos de infeção e três mortes.