Moçambique tem 34 ventiladores funcionais no sistema público de saúde, disse hoje o ministro do setor, Armindo Tiago, numa conferência de imprensa em Pemba, Norte, sobre a pandemia de covid-19, de que ainda não há registo oficial no país.
A população moçambicana deverá chegar este ano aos 30 milhões de habitantes, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE).
"Em termos de ventiladores, o país usa neste momento, nos diferentes hospitais, cerca de 24 ventiladores que estão funcionais no sistema público", referiu, ao ser questionado pelos jornalistas sobre os meios disponíveis para atender a eventuais casos severos de doença respiratória provocada pelo novo coronavírus.
"Ontem [sexta-feira] conseguimos tirar do porto de Maputo dez ventiladores adicionais que vão ser distribuídos pelos hospitais que não têm", acrescentou.
O ministro da Saúde fez ainda referência a uma parceria já estabelecida com o setor privado, em que "existem ventiladores que na eventualidade de eclosão [da covid-19] também poderão ser usados para salvar vidas".
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 5% das pessoas que foram infetadas com covid-19 "necessitarão de terapia intensiva" e a maioria destas "necessitará de ventilação mecânica", sendo que "o diagnóstico mais comum em pacientes com covid-19 severa é pneumonia grave".
Armindo Tiago disse hoje que "o diagnóstico do novo coronavírus está disponível em todas as unidades sanitárias do país" e que há condições para o isolamento de eventuais casos nas capitais provinciais e nalguns distritos.
Referiu ainda que, no caso de sintomas gripais, existem em Moçambique quantidade suficiente de medicamentos para tratar 3.000 doentes.
O ministro da saúde anunciou na última semana em entrevista ao jornal O País que o país dispõe de 2.000 'kits' para diagnosticar o novo coronavírus, acrescentando que "a capacidade e preparação para a covid-19 vai aumentando, de forma progressiva, em função do plano de contingência" do Estado.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 271 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 12.000 morreram.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se já por 182 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, com a Itália a ser o país do mundo com maior número de vítimas mortais, com 4.825 mortos.