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Covid-19: Fórum da U. Porto esclarece dezenas de dúvidas da população sobre pandemia

LUSA
20-03-2020 13:29h

O que fazer quando os sintomas são semelhantes aos da Covid-19, com produtos/alimentos provenientes de países com infeção ou num funeral, são algumas das dezenas de questões colocadas no fórum do instituto de saúde da Universidade do Porto.

“A nossa perceção, em termos das questões colocadas, é que há dois principais grupos: o grupo de ‘como é que fico doente, o risco e como é que se transmite o vírus’ e um segundo grupo sobre ‘quais os sintomas e o que fazer’”, afirmou hoje Teresa Leão, investigadora do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP).

“Quais são os modos de transmissão do vírus e quão rápido se transmite?”, “É possível o contágio do SARSCoV2 através da água das piscinas ou jacuzzi?” e “O vírus transmite-se através de objetos ou materiais, como por exemplo, o dinheiro?”, são algumas das questões colocadas.

No entanto, o leque de perguntas, que se subdividem no fórum do ISPUP em oito grupos, é “grande e variado”, e há ainda lugar para questões “mais criativas”, assegura Teresa Leão.

Na tentativa de recorrer à evidência científica para desmistificar algumas questões, por vezes baseadas em mitos e notícias falsas, os investigadores desmentem dúvidas, tais como “que borrifar o corpo com álcool e cloro não é a melhor solução para prevenir a infeção”.

“Tentamos pegar na evidência científica para responder e desmitificar. Alguma da evidência não está de todo testada, nem trabalhada de forma precisa pela ciência, mas temos de ter um conhecimento científico”, explica Teresa Leão, assegurando que as explicações “são o mais simples possível”.

“Tentamos que a explicação seja o mais simples possível, de forma a que seja fácil as pessoas compreenderem a mensagem que está a ser transmitida. Por vezes não conseguimos, mas tentamos ter sempre isso em atenção”, salientou.

‘O vírus e a doença’, ‘Como se pode transmitir? Quem poderá estar doente?’, ‘Como nos podemos proteger?’, ‘Estou em risco?’, ‘Como manter a minha saúde mental?’, ‘Qual a resposta do SNS?’, ‘Funerais, animais, viagens e encomendas’ e ‘Mitos e notícias falsas’ são os subgrupos do fórum do ISPUP, que agrupa também questões presentes noutras plataformas.

Se, por um lado, há quem questione os investigadores sobre o “risco de contágio de e para os animais”, por outro há quem queira saber se os “secadores de mãos são eficazes a matar o novo coronavírus” ou se o vírus pode ser transmitido por “picadas de mosquitos”.

Paralelamente, há também quem pergunte se “conseguir suster a respiração durante 10 segundos” significa que não está infetado e até qual “o risco de ir a um funeral de uma pessoa que faleceu com a Covid-19”.

Apesar de serem várias as questões a que os investigadores do ISPUP já deram resposta, nos próximos dias vão continuar a fazê-lo, tendo por base a “evidencia científica” de que dispõem até ao momento.

Além ISPUP, o fórum é monitorizado em colaboração com a Unidade de Doenças Emergentes do Serviço de Doenças Infecciosas do Centro Hospitalar Universitário de São João.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje o número de casos confirmados de infeção para 1.020, mais 235 do que na quinta-feira.

O número de mortos no país subiu para seis.

Atualmente, há 24 cadeias de transmissão ativas em Portugal.

Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira, depois de a Assembleia da República ter aprovado na quarta-feira o decreto que lhe foi submetido pelo Presidente da República, com o objetivo de combater a pandemia de Covid-19, após a proposta ter recebido pareceres favoráveis do Conselho de Estado e do Governo.

O estado de emergência proposto pelo Presidente prolonga-se até às 23:59 de 02 de abril.

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