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Covid-19: Colunex fecha porque "pessoas estão à frente de questões materiais"

LUSA
18-03-2020 17:46h

O Grupo Colunex, fabricante de colchões, encerrou a sua fábrica e lojas e suspendeu as entregas nacionais e internacionais porque a "sobrevivência das pessoas está à frente das questões materiais", refere o proprietário, numa carta enviada à Lusa.

No documento intitulado "Quantas vidas vale a sua empresa?", Eugénio Santos sublinhou que o momento atual é "extremamente sério" e, por isso, os empresários e as empresas têm de ter uma "atitude urgente".

"Este não é um momento para que os empresários e as empresas coloquem como prioridade principal as quebras de produtividade, as quebras de rentabilidade, as perdas de eficiência, as perdas de competitividade ou, mesmo no extremo, a sobrevivência empresarial", sublinhou.

Dizendo que o recato em casa é o "mais importante travão preventivo", o CEO referiu que este é o momento para pensar na sobrevivência das pessoas.

A decisão de "encerrar toda a Colunex", estando agora os trabalhadores em teletrabalho, teve como objetivo "aumentar a capacidade de sobrevivência das pessoas, das suas famílias e da sociedade em que vivemos", disse.

Elogiando todos aqueles que "perceberam o quão importante é o valor humano", Eugénio Santos criticou os "milhares de empresários e empresas que continuam a laborar, colocando em risco os seus colaboradores, as famílias e a sociedade como um todo".

Contudo, o dono desta empresa ressalvou que, nestas críticas, não se incluem "claro" todas aquelas empresas e instituições que continuam a laborar porque são fundamentais para garantir os serviços imprescindíveis de abastecimento alimentar, de equipamentos, segurança e saúde.

"A todos esses e às suas equipas, devemos nós, sociedade, prestar a mais profunda e sincera homenagem pelos riscos que por nós correm, devendo nós contribuir com a nossa atitude para o sucesso dos seus trabalhos", salientou.

Assumindo que esta pandemia vai causar graves danos às empresas e às pessoas, Eugénio Santos sublinhou que com "arte, engenho, empenho de todos e seriedade das lideranças" a sociedade sairá "mais madura e preparada".

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou quarta-feira o número de casos confirmados de infeção para 642, mais 194 do que na terça-feira. O número de mortos no país subiu para dois.

Dos casos confirmados, 553 estão a recuperar em casa e 89 estão internados, 20 dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI).

O boletim divulgado pela DGS assinala 5.067 casos suspeitos até quarta-feira, dos quais 351 aguardavam resultado laboratorial.

Das pessoas infetadas em Portugal, três recuperaram.

De acordo com o boletim, há 6.852 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde.

Atualmente, há 24 cadeias de transmissão ativas em Portugal, mais cinco do que na terça-feira.

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