O Ninho, associação que apoia pessoas vítimas de prostituição, definiu um plano de contingência que levou ao encerramento das oficinas de trabalho e determinou que os contactos de rua deixam de ser presenciais.
“Vivemos um período extraordinário que requer, naturalmente, medidas extraordinárias. O nosso plano de contingência previu o encerramento imediato das oficinas de trabalho e determinou que os contactos de rua deverão deixar de ser presenciais”, explicou à Lusa Inês Fontinha, presidente da direção de O Ninho.
De acordo com a responsável, foram disponibilizados dois números de telemóvel para os quais as pessoas que necessitem de apoio da instituição possam fazer o contato dentro dos horários de serviço.
Os serviços de lar e cantina continuam disponíveis, respeitando as orientações da Direção-Geral da Saúde, adiantou Inês Fontinha.
“Sabemos que em alturas de crise as pessoas mais pobres estão mais frágeis, pelo que O Ninho estará disponível para apoiar as pessoas vítimas de prostituição e as suas famílias com medicação ou géneros alimentares se para isso for solicitado”, acrescentou a responsável.
De acordo com Inês Fontinha, até ao momento “ainda não foi registado nenhum caso de Covid-19” junto das pessoas com quem trabalham.
A associação O Ninho, criada em Portugal em 1967, é uma Instituição Particular de Solidariedade Social, que tem por objetivo a promoção humana e social de mulheres vítimas de prostituição.
Desenvolve trabalho de rua onde visa conhecer o meio da prostituição e os seus agentes, através de “contactos sistematizados com mulheres na rua e nos bares”, estabelecendo relações “empáticas e de confiança, e a partir da relação já estabelecida vai alargando os contactos a outras mulheres e a outros agentes do ‘meio’” .
Tem ainda uma residência temporária de mulheres, em fase de reinserção, que não têm alternativas de habitação. Alem de acolher, faz também acompanhamento psicossocial.
Na sua página oficial da internet, a associação explica que O Ninho “conhece, analisa e intervém na prostituição de rua e noutros locais de prostituição, nomeadamente em: pensões, bares de espera, bares de alterna, hotéis de cinco estrelas, casas de passe fechadas, casas de massagens, agências, bares de luxo”.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje o número de casos confirmados de infeção para 642, mais 194 do que na terça-feira. O número de mortos no país subiu para dois.
Dos casos confirmados, 553 estão a recuperar em casa e 89 estão internados, 20 dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI).
O boletim divulgado pela DGS assinala 5.067 casos suspeitos até quarta-feira, dos quais 351 aguardavam resultado laboratorial.
Das pessoas infetadas em Portugal, três recuperaram.