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Covid-19: O Ninho encerra oficinas de trabalho e cancela contactos de rua presenciais

LUSA
18-03-2020 16:36h

O Ninho, associação que apoia pessoas vítimas de prostituição, definiu um plano de contingência que levou ao encerramento das oficinas de trabalho e determinou que os contactos de rua deixam de ser presenciais.

“Vivemos um período extraordinário que requer, naturalmente, medidas extraordinárias. O nosso plano de contingência previu o encerramento imediato das oficinas de trabalho e determinou que os contactos de rua deverão deixar de ser presenciais”, explicou à Lusa Inês Fontinha, presidente da direção de O Ninho.

De acordo com a responsável, foram disponibilizados dois números de telemóvel para os quais as pessoas que necessitem de apoio da instituição possam fazer o contato dentro dos horários de serviço.

Os serviços de lar e cantina continuam disponíveis, respeitando as orientações da Direção-Geral da Saúde, adiantou Inês Fontinha.

“Sabemos que em alturas de crise as pessoas mais pobres estão mais frágeis, pelo que O Ninho estará disponível para apoiar as pessoas vítimas de prostituição e as suas famílias com medicação ou géneros alimentares se para isso for solicitado”, acrescentou a responsável.

De acordo com Inês Fontinha, até ao momento “ainda não foi registado nenhum caso de Covid-19” junto das pessoas com quem trabalham.

A associação O Ninho, criada em Portugal em 1967, é uma Instituição Particular de Solidariedade Social, que tem por objetivo a promoção humana e social de mulheres vítimas de prostituição.

Desenvolve trabalho de rua onde visa conhecer o meio da prostituição e os seus agentes, através de “contactos sistematizados com mulheres na rua e nos bares”, estabelecendo relações “empáticas e de confiança, e a partir da relação já estabelecida vai alargando os contactos a outras mulheres e a outros agentes do ‘meio’” .

Tem ainda uma residência temporária de mulheres, em fase de reinserção, que não têm alternativas de habitação. Alem de acolher, faz também acompanhamento psicossocial.

Na sua página oficial da internet, a associação explica que O Ninho “conhece, analisa e intervém na prostituição de rua e noutros locais de prostituição, nomeadamente em: pensões, bares de espera, bares de alterna, hotéis de cinco estrelas, casas de passe fechadas, casas de massagens, agências, bares de luxo”.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje o número de casos confirmados de infeção para 642, mais 194 do que na terça-feira. O número de mortos no país subiu para dois.

Dos casos confirmados, 553 estão a recuperar em casa e 89 estão internados, 20 dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI).

O boletim divulgado pela DGS assinala 5.067 casos suspeitos até quarta-feira, dos quais 351 aguardavam resultado laboratorial.

Das pessoas infetadas em Portugal, três recuperaram.

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