Na segunda-feira, a Ordem dos Médicos (OM) alertou que o Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) está a trabalhar “muito abaixo dos limites” de segurança clínica e pediu a intervenção imediata do Ministério da Saúde para garantir serviços adequados à população.

Na sequência do alerta da OM, a ministra da Saúde convocou o Conselho de Administração do hospital para uma reunião a realizar hoje.

Numa resposta escrita à Lusa sobre esta situação, o autarca de Sintra disse que a resposta mais efetiva à situação que se vive no Hospital Amadora-Sintra, que “preocupa profundamente”, é a urgente entrada em funcionamento do novo hospital.

“Quanto mais cedo o Hospital de Sintra entrar em funcionamento, mais cedo se atenuarão os efeitos perversos do funcionamento de um Hospital (Hospital Amadora-Sintra) concebido para uma população de 250 mil utentes e que atualmente abrange cerca de 600 mil utentes”, sublinhou Basílio Horta.

O autarca considerou que, “se a política de saúde a nível nacional não for objeto de uma profunda reflexão, que defina com clareza responsabilidades públicas e carreiras médicas, e se o novo hospital de Sintra não for devidamente enquadrado no âmbito do SNS, então, a situação intolerável não terá solução no curto e médio prazo”.

“Foi com a clara consciência de que os sintrenses não poderiam conviver muito mais tempo com estado em que se encontrava a saúde no concelho de Sintra, que este executivo decidiu em 2017 iniciar todos os procedimentos para a construção de um hospital, o primeiro construído e pago integralmente por uma autarquia, e construir e requalificar seis centros de saúde em todo o território concelho”, acrescentou.

Em dezembro do ano passado, a Câmara Municipal de Sintra entregou o edifício do novo Hospital de Sintra, que começou a ser construído em 2021 no Bairro da Cavaleira, na freguesia de Algueirão-Mem Martins, ao SNS, num investimento da autarquia superior a 62 milhões de euros que irá beneficiar 400 mil utentes.

A cerimónia de entrega contou com a presença da ministra da Saúde, Ana Paula Martins, que explicou que o novo hospital vai entrar num processo de licenciamento da Entidade Reguladora da Saúde (ERS) e só depois o hospital poderá entrar em funcionamento.

O novo hospital, com uma área de 60 mil metros quadrados, conta com serviço de ambulatório, consultas externas e exames, unidade de saúde mental, medicina física de reabilitação, central de colheitas e os meios complementares de diagnóstico e terapêutica, unidade de cirurgia de ambulatório com bloco de cirurgia e recobro.

Dispõe também de um serviço de urgência básica para servir cerca 60 mil urgências, cerca de metade das realizadas no Hospital Amadora-Sintra, de uma Unidade de Convalescença com 60 camas, Farmácia, unidade de esterilização e ainda um espaço para ensino e formação.