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Covid-19: Revendedores de gás devem ter acesso facilitado a produtos de proteção individual

LUSA
18-03-2020 13:43h

A Associação Nacional de Revendedores de Combustível (ANAREC) apelou hoje ao Governo para que os seus colaboradores de venda de gás tenham acesso mais facilitado a produtos de proteção individual devido à perigosidade a que estão sujeitos.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da ANAREC, Francisco Albuquerque, disse que os colaboradores da revenda de gás têm tido dificuldades em adquirir máscaras, luvas e desinfetantes.

“Nesse sentido, deixamos um apelo ao Governo e demais entidades responsáveis face ao elevado grau de exposição a que os nossos colaboradores estão sujeitos no dia-a-dia devido às entregas ao domicílio e à necessidade de continuar a manter o funcionamento do canal de revenda de gás”, disse.

Francisco Albuquerque lembrou que o gás é um produto, um bem de primeira necessidade fundamental na higiene e na alimentação diária da grande parte da população.

“Os nossos associados estão já a sentir dificuldades em adquirir estes produtos. Compreendemos que nestes produtos prioritariamente devem ser atendidas as necessidades do pessoal da área da saúde, mas depois devem estar aqueles que têm de continuar na linha da frente a abastecer milhares de famílias que se encontram em casa”, sublinhou.

O presidente da ANAREC destacou que o setor dos combustíveis é vital em Portugal, pelo que há que garantir no atual contexto de excecionalidade o seu regular funcionamento, nomeadamente a laboração permanente da rede de combustíveis e de gás de botija.

“Para o efeito, estão a ser implementadas todas as medidas decretadas pelo Governo em função da situação da pandemia e estão a ser elaborados os planos de contingência nas empresas que fazem a gestão dos postos de abastecimento e da revenda de gás, visando assegurar a segurança dos seus colaboradores e clientes”, disse.

No entanto, Francisco Albuquerque considera que “pode vir a ser necessário enquadrar o canal de distribuição de gás no plano estratégico que possa estar a ser elaborado o fornecimento de produtos de proteção individual ou, pelo menos, salvaguardando o acesso prioritário a máscaras, luvas e desinfetante para as mãos.

Francisco Albuquerque adiantou também à Lusa que “não há registo, até ao momento, de quebras no fornecimento de combustíveis aos postos de abastecimento, bem como no canal de revenda de gás em garrafa, nem se prevê que venha a haver”.

“Temos ainda a indicação de que vários postos de abastecimentos estão a reforçar os seus ‘stocks’ na loja, de forma a dar resposta às constantes necessidades da população”, disse.

Francisco Albuquerque admitiu ainda à Lusa uma possível quebra das vendas nas próximas semanas devido a uma retração das vendas devido a “alguma contenção por parte da população em termos de mobilidade”.

O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou desde dezembro 194 mil pessoas, das quais quase oito mil morreram.

O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se por mais de 146 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Portugal regista duas mortes de pessoas infetadas com o novo coronavírus até agora, de acordo com o segundo boletim epidemiológico da pandemia da Covid-19 divulgado hoje.

O número de infetados pelo novo coronavírus subiu para 642, mais 194 do que os contabilizados na terça-feira, anunciou a Direção-Geral da Saúde (DGS).

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