O novo serviço de psicologia pretende acompanhar os migrantes no seu processo de integração, promovendo o bem-estar emocional e facilitando a integração sociocultural na região, explica a Diocese de Angra no sítio na Internet Igreja Açores.

Apesar de o arranque oficial estar marcado para quinta-feira, já foram sinalizadas algumas situações que carecem de apoio, numa fase inicial do projeto.

Segundo a presidente da Comissão Diocesana da Pastoral das Migrações e Mobilidade Humana, Ana Silva, citada na nota, este serviço nasce de uma necessidade concreta identificada no terreno e inspira-se diretamente na mensagem do Papa de que a “indiferença” é uma atitude anticristã.

Segundo a representante, apesar de nem todos os migrantes se encontrarem em situação de vulnerabilidade, muitos enfrentam fragilidades acrescidas, sobretudo devido à demora nos processos de regularização, sendo os jovens e as pessoas em situação de solidão os grupos que exigem maior proximidade.

A iniciativa resulta de uma articulação entre a Comissão Diocesana, o Centro Social e Paroquial de Bem-Estar Social de São José e a Cáritas Diocesana, procurando reforçar a resposta existente no território, sem a substituir.

“Só através de um acolhimento digno, onde o respeito impere, é que podemos afirmar a dignidade humana de cada uma das pessoas que escolhem os Açores para viver”, afirmou Ana Silva ao sítio Igreja Açores.

A diocese adianta que o serviço funcionará de forma presencial em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, e também em formato ‘online’, permitindo abranger todo o arquipélago.

O acesso poderá ser feito através de contacto telefónico com o Centro Social e Paroquial de Bem-Estar Social de São José, pela página da rede social Facebook da Pastoral das Migrações, por correio eletrónico ou através da Diocese de Angra e das paróquias, que poderão encaminhar situações identificadas.

O acompanhamento será assegurado por um psicólogo em estágio profissional, em articulação com a Ordem dos Psicólogos Portugueses.

A diocese salienta que a criação deste serviço "é o resultado de um percurso iniciado há cerca de um ano, com um mapeamento da realidade migrante junto das paróquias e ouvidorias, seguido do debate 'Migrar: um direito humano', promovido no âmbito pastoral".

“Foi a partir deste momento multidisciplinar que se compreendeu a necessidade de criar um serviço capaz de oferecer um acompanhamento técnico especializado”, explicou a responsável, assinalando que “nesta altura do ano, em que tantos celebram o Natal em família, há muitas pessoas que estão sozinhas".