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Pelo menos 112 mortos por malária na província moçambicana do Niassa

LUSA
15-12-2025 08:29h

Um total de 112 pessoas morreram vítimas de malária em nove meses na província de Niassa, no norte de Moçambique, um aumento de mais de 30 óbitos comparado a 2024, anunciou fonte oficial.

“A malária continua a ser um problema de saúde pública, ao se atingir, no presente ano, 112 óbitos em 560.571 casos diagnosticados” entre janeiro e setembro, disse o porta-voz do conselho executivo de Niassa, Matias Chapungo, citado hoje pela Televisão de Moçambique.

Segundo o responsável, em igual período de 2024 foram registados 76 óbitos pela doença, num total de 416.715 casos, com as autoridades a referirem que o aumento de casos em 2025 evidencia “a necessidade de reforço contínuo da vigilância epidemiológica”.

“Para inverter o cenário, o conselho executivo provincial, através do setor de saúde, está a desenvolver atividades de prevenção e controlo da malária por meio de feiras de saúde, onde são prestados vários serviços, incluindo [a divulgação] das medidas de prevenção da doença”, acrescentou Matias Chapungo.

Na quarta-feira, o antigo ministro da Saúde moçambicano Ivo Garrido criticou a tendência de estagnação dos índices de prevalência e incidência de malária em Moçambique, apontando para falhas na prevenção da doença.

“Estamos a falhar sobretudo na prevenção. Foram (...) apresentados aqui certos mapas com a evolução da prevalência e da incidência da malária ao longo de décadas e o que nós verificamos é que, às vezes, baixa um bocadinho, mas a tendência é praticamente para a estagnação”, disse Ivo Garrido, durante o Fórum Anual de Malária em Nampula, também no norte de Moçambique.

Segundo o antigo ministro da Saúde (2005-2010), a incidência e prevalência da malária “praticamente não mexem” em Moçambique desde a proclamação da independência, em 1975, apesar dos esforços do país para travar a doença.

O Ministério da Saúde moçambicano disse, na última semana, que o país registou cerca de 10,3 milhões de casos de malária, entre janeiro e setembro, contra nove milhões no mesmo período do ano passado, um aumento em 14% de novos casos da doença.

Em 2024, pelo menos 358 pessoas morreram vítimas da doença neste país africano, que registou mais de 11,5 milhões de casos e cerca de 67 mil internamentos, avançou, em 25 de abril, o Presidente moçambicano, no âmbito do Dia Mundial da Malária, pedindo maior proteção para as crianças.

A vacina contra a malária R21/Matrix-M, a segunda para crianças, desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, já está em utilização em Moçambique, seguindo os conselhos do Grupo Consultivo Estratégico de Peritos em Imunização (SAGE) e do Grupo Consultivo de Políticas sobre Malária (MPAG).

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