Pelo menos 169 pessoas morreram este ano em Moçambique devido à cólera, entre cerca de 40 mil casos, avançou hoje o ministro da Saúde, pedindo às comunidades respeito pelas medidas de higiene individual e coletiva.
“O nosso país registou cerca de 40 mil casos de cólera, com uma taxa de mortalidade que a OMS recomenda é que não deve ultrapassar 1% e Moçambique está em 0,5%, o que significa que a resposta ao tratamento da cólera é eficiente no nosso país”, disse Ussene Isse.
O Governo moçambicano responde hoje a perguntas dos deputados no parlamento, com o ministro da Saúde a avançar que a cólera é um problema de saúde pública, pedindo respeito pelas medidas de higiene para controlar a doença.
“Recebemos cerca de 3,5 milhões de doses de vacinas para poder tratar e prevenir a cólera e aqui há um aspeto que gostaria de mencionar: É que desses 169 óbitos por cólera, cerca de 70% destes ocorreram na comunidade, o que significa que há um problema sério de informação e comunicação ao nível das comunidades”, disse Ussene Isse.
O governante frisou que a cólera é uma doença que mata, pedindo a que se recorra a unidades sanitárias em caso de sintomas.
“A cólera não vem das mãos de ninguém, ela vem exatamente das nossas condições de higiene individual e coletiva”, disse o ministro da Saúde.
Moçambique enfrenta um novo surto de cólera desde setembro, com registo de quase 560 casos e três mortos em três meses, de acordo com dados do Ministério da Saúde.
Segundo o último boletim diário da doença, da Direção Nacional de Saúde Pública, com dados de 03 de setembro a 29 de novembro, dos 559 casos de cólera 346 foram contabilizados na província de Nampula, com dois mortos, e 213 em Tete, que provocaram um óbito.
O Governo de Moçambique quer eliminar a cólera “como um problema de saúde pública” no país até 2030, conforme plano aprovado em 16 de setembro em Conselho de Ministros e avaliado em 31 mil milhões de meticais (418,5 milhões de euros).
O objetivo do Governo é "ter um Moçambique livre da cólera como um problema de saúde pública até 2030, onde as comunidades têm acesso à água segura, saneamento e cuidados de saúde de qualidade, alcançados através de ações multissetoriais, coordenadas e informadas por evidências científicas”, disse o porta-voz daquele órgão, Inocêncio Impissa.