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Presidenciais: Seguro defende "sinal intransigente" da UGT em defesa dos trabalhadores

Lusa
20-11-2025 12:37h

O candidato presidencial António José Seguro considerou hoje que a greve geral revela que os trabalhadores “estão bastante descontentes” com as propostas do Governo de alteração à lei laboral, sublinhando que a UGT está a dar um “sinal intransigente” em defesa do trabalho.

“Esta greve acontece passados 10 anos ou 11 anos depois da última greve geral e, quer dizer, que os trabalhadores estão bastante descontentes com a proposta que o Governo lhes apresentou”, disse.

António José Seguro, que falava aos jornalistas à margem de uma visita ao Aeródromo Municipal de Ponte de Sor, distrito de Portalegre, considera que a UGT está a dar um sinal intransigente na defesa dos trabalhadores, apesar da apresentação da nova proposta do Governo de alteração à lei laboral.

“O sinal da UGT é que é intransigente na defesa dos trabalhadores. Mas aquilo que eu tenho insistido é o seguinte: esta proposta não fez parte da proposta eleitoral dos partidos que estão no Governo, surgiu do nada de um momento para o outro”, lamentou.

Para o candidato, mais do que revisões de leis com “marca ideológica do momento”, o país deve desenvolver leis, por exemplo, que ajudem a economia e a competitividade a crescer.

“Nós devemos ter leis que ajudem a economia a crescer, a ser mais competitiva, que haja melhores salários, que se acabe com a desigualdade salarial entre homens e mulheres, que haja oportunidades para os jovens para que eles não sejam formados nas nossas universidades e depois vão trabalhar para o estrangeiro, isso é que nós precisamos”, acrescentou.

“Nós precisamos verdadeiramente de mudanças na legislação mas pela positiva, para criar mais economia, para criar mais riqueza e melhores salários, é isso que eu defendo e espero que um dia possa haver esse diálogo para se chegar a bom porto”, defendeu.

A ministra do Trabalho, Rosário Palma Ramalho, disse na quarta-feira que vai dar mais tempo à UGT para analisar a nova proposta do Governo de alteração à lei laboral, enquanto o secretário-geral da central aplaudiu a “maior abertura” do executivo.

“A UGT pediu mais tempo para analisar o anteprojeto [de reforma à legislação laboral] e para analisar as propostas de alteração ao mesmo que tínhamos avançado na última reunião”, afirmou ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, em declarações aos jornalistas, após a reunião bilateral com a UGT.

A greve geral em 11 de dezembro contra o anteprojeto do Governo de reforma da legislação laboral será a primeira paralisação a juntar as duas centrais sindicais, CGTP e UGT, desde junho de 2013, altura em que Portugal estava sob intervenção da 'troika'.

Questionado ainda pelos jornalistas em relação aos alegados casos de corrupção na área da Saúde e da criação da nova Unidade de Combate à Fraude no SNS em particular, António José Seguro disse desconhecer o objetivo da unidade, defendendo, por outro lado, que o combate à imigração ilegal tem de ser uma prioridade.

“O combate à imigração ilegal tem de ser uma prioridade, tem de se combater a imigração ilegal e organizar a imigração. Eu tenho dito e repetido de que o país precisa de imigrantes para nos ajudar a desenvolver a nossa economia, mas essa imigração tem de ser legal, tem de ser organizada, tem de ser bem integrada”, defendeu.

“E, por isso, eu sou implacável contra a imigração ilegal e contra esse crime que muitas das vezes as pessoas praticam quer dentro de portas, quer fora de portas”, acrescentou.

A ministra da Saúde disse na quarta-feira esperar que a nova Unidade de Combate à Fraude no SNS contribua para a prevenção de situações que envolvem médicos e, noutro caso, funcionários do ministério que tutela.

As declarações da governante surgiram na sequência da detenção de uma endocrinologista no Porto pela Polícia Judiciária (PJ) por alegado envolvimento num esquema fraudulento de prescrição de medicação para diabetes a utentes que queriam perder peso, lesando o Estado em mais de três milhões de euros e duas funcionárias de uma unidade de saúde familiar localizada na zona norte do país foram também detidas por suspeita de terem inscrito 10.000 imigrantes no Serviço Nacional de Saúde (SNS) durante ano e meio.

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