A taxa de prevalência da diabetes nos Açores está três pontos percentuais acima do valor nacional, que é de 14%, disse hoje à Lusa a diretora do Serviço de Endocrinologia do Hospital Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada.
A diabetes é uma “doença crónica que tem vindo a aumentar e a região não foge a esta situação”, sendo que a prevalência nos Açores é de 17% e estão registados 23 mil diabéticos, indicou Isabel Sousa.
Ainda segundo a diretora do Serviço de Endocrinologia e Nutrição do HDES, “todas as avaliações que têm sido feitas revelam que em cerca de uma década existiu um aumento de 42%”, uma situação considerada “alarmante e que exige medidas”.
Apontando o envelhecimento da população, a par do estilo de vida, com uma “alimentação desajustada e inadequada”, como fatores de risco, Isabel Sousa salientou que o sedentarismo é também uma agravante.
No caso específico dos Açores, a gastronomia “implica consumos exagerados de sal, de gordura, baixo teor em fibra”, acrescentou a especialista, notando que o gasto com a diabetes representa 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB), o que “significa custos económicos, mas também gastos para o próprio doente”.
Relativamente à resposta que o HDES dá a estes doentes, Isabel Sousa considerou que há “uma boa resposta”, especializada, e um apoio aos cuidados de saúde primários e hospitalares.
Além disso, referiu, especialistas do HDES deslocam-se a outras ilhas dos Açores para assegurar o apoio nesses locais.
A Associação de Diabéticos de São Miguel e Santa Maria (ADSMSM) e o Lions Clube de São Miguel estão neste momento a realizar o habitual rastreio da diabetes, ocular e pneumológico, em Ponta Delgada.
Segundo uma nota de imprensa do Lions Clube de São Miguel, "no seguimento da iniciativa do Governo Regional para apurar a real dimensão da doença na região", a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) divulgou recentemente o resultado do estudo sobre a prevalência da diabetes na ilha Graciosa, constatando uma taxa de prevalência entre 22% e 23% da população adulta entre os 20 e os 79 anos daquela ilha, “muito acima da taxa nacional de 14,2%”.