Os helicópteros de emergência médica de Évora e Loulé vão operar 24 horas por dia a partir de segunda-feira, anunciou hoje o INEM, que prevê que as quatro aeronaves previstas estejam operacionais até ao início de novembro.
“O INEM vai reforçar o serviço de helicópteros de emergência médica (SHEM), passando dois helicópteros, localizados em Évora e Loulé, para funcionamento contínuo, 24 horas por dia, a partir de 20 de outubro”, adiantou o instituto em comunicado.
Segundo referiu, a aeronave baseada em Macedo de Cavaleiros mantém-se a operar apenas com 12 horas diárias, enquanto decorrem os preparativos para a expansão gradual da operação noturna nesta região.
O INEM justificou a decisão de iniciar a operação noturna primeiro no sul do país com questões de segurança relacionadas com o relevo e obstáculos naturais, que são mais significativos no norte e centro, e que, por isso, exigem treino adicional das equipas de pilotos para voo noturno.
O instituto prevê que a implementação total da operação de 24 horas nas quatro bases do SHEM esteja concluída até 01 de novembro, com quatros helicópteros médios, que têm também capacidade para transporte de incubadoras.
De acordo com o INEM, este reforço operacional representa um “aumento significativo da capacidade de resposta aérea”, garantindo maior disponibilidade na assistência a situações de emergência médica.
As equipas do SHEM têm “transmitido um `feedback´ muito positivo do serviço, destacando a rapidez de descolagem, estabilidade em voo e condições de segurança e conforto das aeronaves, que contribuem para uma prestação de cuidados mais eficiente”, salientou o comunicado.
O transporte aéreo de emergência médica é atualmente assegurado pela empresa Gulf Med Aviation Services, numa operação complementada pela Força Aérea Portuguesa.
Com sede em Malta, a Gulf Med é a empresa a quem foi adjudicado o serviço de helicópteros de emergência médica por cerca de 77 milhões de euros, no âmbito de um concurso público internacional que previa o início da operação a 01 de julho, o que não aconteceu.
Perante isso, o INEM avançou com um ajuste direto com a mesma empresa, para impedir que fosse interrompido o transporte de doentes em situação de urgência médica, mas o Tribunal de Contas recusou o visto a esse contrato.
A Gulf Med admitiu avançar com uma ação contra o Estado português, refutando acusações do Tribunal de Contas, que considerou que a empresa agiu de má-fé no processo com o INEM.
O concurso público internacional foi lançado em novembro de 2024, tendo a decisão final de adjudicação à Gulf Med sido anunciada em março deste ano, prevendo a operação de quatro helicópteros nas bases do INEM de Macedo de Cavaleiros, Viseu, Évora e Loulé até 2030.