O Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca, conhecido como Amadora-Sintra, vai ter uma nova Unidade de Investigação Clínica, que funcionará em colaboração com o Instituto Gulbenkian de Medicina Molecular, indicou hoje a instituição.
Em comunicado, a Unidade Local de Saúde (ULS) Amadora-Sintra dá conta da assinatura, na passada sexta-feira, de um Memorando de Entendimento com a Fundação Instituto Gulbenkian de Medicina Molecular (autodenominado GIMM, na sigla em inglês) “que estabelece as bases para a criação” da nova unidade.
Fonte oficial da ULS Amadora-Sintra referiu, por correio eletrónico, que a nova unidade deve iniciar a sua atividade “no segundo semestre de 2026, após a fase de avaliação técnica e definição do modelo operacional que decorrerá nos próximos seis meses”.
A instituição assinala que a colaboração “marca um passo decisivo na aproximação entre a investigação biomédica de excelência e prática clínica quotidiana, com o objetivo de transformar conhecimento científico em soluções que beneficiam diretamente os doentes, promovendo uma saúde mais eficiente, equitativa e baseada em evidência”.
A investigação irá centrar-se em "áreas clínicas com maior potencial de impacto na saúde pública, nomeadamente oncologia, entre outras, tendo em conta a avaliação do perfil de doentes atendidos pela ULS Amadora-Sintra”, disse a fonte oficial.
“As prioridades serão definidas integrando as necessidades do hospital e com base no conhecimento científico produzido pelo GIMM, apoiado por plataformas de genómica, proteómica, bioimagem e um biobanco de nova geração, que permitem integrar dados clínicos e acelerar a translação da investigação para a prática clínica”, adiantou.
A nova unidade irá integrar equipas especializadas em gestão de ensaios clínicos, considerando a ULS Amadora-Sintra que o modelo em causa permitirá “atrair novos ensaios clínicos internacionais para o país e acelerar a introdução de terapias e tecnologias inovadoras no Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.
Citado no comunicado, Carlos Sá, presidente do Conselho de Administração da ULS Amadora-Sintra, disse que a investigação “permite disponibilizar aos doentes terapias emergentes ainda não acessíveis à generalidade da população”, destacando que com a parceria será possível “canalizar recursos externos, investir em equipamentos e promover formação especializada, criando um ciclo virtuoso de crescimento institucional e qualificação profissional”.
“A possibilidade de integrar investigação na prática assistencial torna a instituição mais apelativa para médicos, enfermeiros e outros profissionais que aspiram a uma carreira em que a prática clínica se articule com a produção de conhecimento”, disse ainda.
Considerando que, além de prestador de cuidados, o setor da saúde “deve ser também um motor de inovação e crescimento económico”, Fausto Lopo de Carvalho, administrador executivo da Fundação GIMM, indicou que “esta parceria, entre instituições do setor público e privado, contribui para que a ciência e o SNS trabalhem lado a lado, gerando conhecimento clínico com impacto direto na vida das pessoas e no desenvolvimento do país”.
Além disso, “reforça significativamente o desenvolvimento do pilar estratégico da Fundação GIMM dedicado à investigação clínica”, adiantou, citado no comunicado.