O Instituto Politécnico da Guarda (IPG) recebe, na quinta-feira, a conferência SER 65+, na qual especialistas de Portugal e Espanha vão debater estratégias e soluções para promover o envelhecimento ativo e saudável nas regiões de baixa densidade populacional.
“O envelhecimento saudável da população é um dos grandes desafios do nosso tempo, particularmente nos territórios de baixa densidade demográfica, e é um dos pilares estratégicos da investigação científica do IPG”, afirmou Joaquim Brigas, presidente do Politécnico da Guarda.
A iniciativa integra vários painéis temáticos sobre os desafios demográficos, a longevidade com saúde e a capacitação das redes de apoio comunitário.
Serão também divulgados os resultados preliminares das ações desenvolvidas nos territórios transfronteiriços do Centro de Portugal e da comunidade espanhola da Extremadura, nomeadamente o diagnóstico da autonomia funcional da população com mais de 50 anos, o plano de ação integrado de promoção de saúde e bem-estar, e o ecossistema digital de monitorização e apoio à pessoa idosa.
Segundo Fátima Roque, investigadora do IPG e diretora da Escola Superior de Saúde da Guarda, a primeira ação consistiu na avaliação multidimensional da autonomia funcional e da implementação das estratégias de cuidados integrados e promoção do envelhecimento saudável.
O estudo avaliou a autonomia funcional, os parâmetros de saúde e qualidade de vida de 244 idosos de diferentes concelhos do distrito da Guarda, com a colaboração da Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda.
Na segunda ação, o Politécnico da Guarda trabalhou com a Comunidade Intermunicipal Região das Beiras e Serra da Estrela (CIMRBSE) para criar grupos de discussão “com decisores, profissionais de saúde e do apoio social para se identificar os principais problemas e propor possíveis soluções”, adiantou Fátima Roque.
Está também a ser desenvolvida uma aplicação digital (App), que será apresentada na conferência e que se baseia no programa de “Atenção Integrada para a Pessoa Idosa” (ICOPE), da Organização Mundial da Saúde (OMS).
A ideia é melhorar o acompanhamento, a prevenção da perda de funcionalidade e a promoção do envelhecimento ativo através da recolha e análise de dados reais.
O SER 65+ será composto pela ‘App’ de triagem da autonomia funcional e de saúde e por uma plataforma online que incorporará a informação recolhida pela aplicação e a disponibilizará aos prestadores de apoio aos idosos.
A plataforma online irá integrar a informação recolhida, simplificando a comunicação e o acesso dos beneficiários comunitários aos profissionais de apoio e à informação relacionada com as práticas de saúde comunitárias mais efetivas.
“Este projeto tem como objetivo validar e implementar um ecossistema digital de monitorização da autonomia funcional da pessoa idosa, promovendo a integração e comunicação entre todos os atores envolvidos na prestação de cuidados e apoio”, afirmou Fátima Roque.
A conferência realiza-se no auditório dos Serviços Centrais do Politécnico da Guarda e tem entrada livre.
A sessão de abertura contará com a presença do presidente do IPG, Joaquim Brigas, da gestora de programas da Comissão Europeia, Delia Bonsignore, de um representante da Autoridade de Gestão do POCTEP, e de Fátima Roque, diretora da Escola Superior de Saúde e investigadora responsável do projeto SER65+ no IPG.
O projeto é financiado pelo Programa Interreg Espanha–Portugal (POCTEP) e envolve, além do IPG, a ULS da Guarda, a CIMRBSE, a consultora portuguesa INOVA+ e a Fundação Formação e Investigação dos Profissionais de Saúde da Extremadura.
A Fundação Centro de Cirurgia Minimamente Invasiva (Cáceres), a Universidade da Extremadura, o Cluster Socio-Sanitário da Extremadura e o Centro para a Economia e Inovação Social, na Guarda, são outros parceiros.