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Cólera alastra na província angolana do Uíje com mais de 700 novos casos

Lusa
10-10-2025 15:20h

A província angolana do Uíje registou mais de 700 novos casos de cólera, nas últimas semanas, situação que levou as autoridades a reforçar as medidas de resposta para travar o surto, noticiou hoje a imprensa local.

Uma equipa multissetorial chefiada pela ministra da Saúde de Angola, Sílvia Lutucuta, trabalhou na quinta-feira naquela província e reforçou medidas para o combate à doença, com a instalação de tanques de água tratada nas zonas de risco e abertura de postos de hidratação oral.

Os bairros periféricos daquela província do norte de Angola são os mais afetados dada a falta de água canalizada para a população, disseram as autoridades locais.

O reforço da vigilância epidemiológica e das brigadas móveis, a mobilização das comissões de moradores e líderes comunitários para ações de sensibilização e educação sanitária fazem parte das medidas para travar o surto, sendo que a equipa emergencial foi reforçada com mais técnicos de saúde.

“Perante as estatísticas que temos nas últimas semanas precisamos de reforçar as medidas, estas vão ser reforçadas em conjunto, com a promoção de saúde, comunicação de risco e educar a nossa população que a cólera existe, é um facto aqui na sua localidade e o que se deve fazer em situação de contaminação”, afirmou Sílvia Lutucuta em declarações à TPA.

José Carvalho da Rocha, governador da província, deu conta que todas as zonas afetadas estão abrangidas pelo projeto das 17.000 ligações de água – a ser implementado - para abastecer as populações.

“Mas, estamos a enfrentar uma situação emergencial, daí o fornecimento de água por pipas”, disse o governante.

Segundo o boletim de informação epidemiológica do Ministério da Saúde de Angola, o país registou 121 novos casos de cólera, nas últimas 24 horas, com as províncias da Lunda Norte (58), Uíje (33) e Huíla com 14 casos a liderarem as ocorrências, quando em meses anteriores as cifras eram muito baixas.

O país totaliza 30.688 casos de cólera e 837 óbitos, uma taxa de letalidade de 2,7%, desde o início do surto em janeiro passado, afetando 18 das 21 províncias angolanas.

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