As autoridades moçambicanas registaram mais de 9.000 casos de mordedura canina, que resultaram em 14 mortes por raiva, nos primeiros seis meses do ano, anunciou hoje o Ministério da Agricultura, Ambiente e Pescas, admitindo melhorias no problema.
“Até ao primeiro semestre do presente ano foram registadas 9.133 mordeduras e 14 óbitos”, disse o ministério, em comunicado, alusivo às celebrações do Dia Mundial de Combate de Luta Contra a Raiva, cuja cerimónia decorreu hoje, na província de Maputo.
De acordo com o documento, a celebração da data “constitui uma oportunidade para reforçar as ações de sensibilização comunitária sobre a importância da vacinação de cães e gatos”, além de “promover a vigilância epidemiológica e o acesso à profilaxia pós-exposição, com vista a prevenir a transmissão do vírus da raiva e evitar mortes em seres humanos”.
Em termos comparativos, segundo os mesmos dados, os casos de mordedura canina em Moçambique tendem a reduzir-se, sendo que em 2023 o país registou 22.184 casos, que provocaram 35 mortes por raiva, contra 19.979 casos em 2024, que resultaram em 31 mortes.
“Apesar de existir uma tendência de redução de casos, a raiva continua a representar uma séria ameaça à saúde pública, sobretudo para crianças com menos de 15 anos”, referem as autoridades.
A diretora da Nacional de Sanidade e Biossegurança, Antónia Vaz, disse hoje que, em Maputo, que a raiva é considerada endémica e constitui uma das zoonoses prioritárias, estando, por isso, inseridas no plano estratégico nacional para o controlo das zoonoses.
Explicou que Moçambique está na luta global pela raiva zero até 2030, por isso o Governo moçambicano tem envidado esforços para adquirir vacinas antirrábica animal, para vacinação de cães e gatos.
“A raiva é uma doença mundialmente distribuída, porém, 99% dos casos ocorrem em África, Ásia e América Latina, onde os cais são os mais implicados na transmissão dessa doença”, disse Vaz, sublinhando que o interesse de conviver com os cães, deve estar alinhado com responsabilidades que garantam segurança, entre eles o registo, a garantia de cuidados sanitários e, sobretudo, a vacinação dos animais.
“Pois a raiva é uma doença transmissível e de consequências fatais”, alertou ainda.
As celebrações do Dia Mundial de Luta Contra a Raiva em Moçambique envolvem ainda atividades educativas e de sensibilização, que incluem, entre outras, palestras e peças teatrais.