O secretário-geral do Juntos Pelo Povo (JPP) entregou hoje um pedido formal exigindo a disponibilização pública do relatório de atividades e gestão do Serviço de Saúde da Madeira de 2024, declarando que “ninguém atrapalha” a ação de fiscalização do partido.
Em comunicado, Élvio Sousa diz que a referida informação, de acordo com as normais legais, “já deveria estar concluído e acessível no sítio oficial daquela entidade, mas que continua em falta”.
“Ninguém atrapalha ou dificulta o dever de fiscalização do JPP, porque foi para isso que mais de 30 mil madeirenses votaram no partido”, afirma o também líder parlamentar do JPP, apontando serem conhecidas as “dificuldades recorrentes do PSD/CDS para cumprir normas legais, prazos, decisões e recomendações de outras entidades”.
Segundo o eleito do JPP, o setor da saúde madeirense enfrenta “uma grave crise de resposta aos utentes”, recordando que esta semana a maioria do PSD/CDS chumbou, no plenário da Assembleia Legislativa da Madeira, uma proposta do partido que visava a criação do Provedor do Utente da Saúde, medida que contou com a abstenção do Chega e da Iniciativa Liberal.
Élvio Sousa refere que chegam ao partido “diariamente denúncias de utentes que esperam anos por uma consulta de especialidade, cirurgia ou exame”, sendo os cidadãos “empurrados para o setor privado, obrigados a suportar custos com endoscopias, colonoscopias, biópsias e outros exames, bem como consultas e cirurgias, por falta de resposta no hospital público”.
Também critica a forma como o PSD/CDS tem gerido as listas de espera, que classifica de “embuste”.
“As pessoas vão aos centros de saúde e os próprios médicos, sabendo de antemão que não há resposta a tempo por parte do Serviço Regional de Saúde (Sesaram), quando indicam aos doentes que precisam de realizar uma endoscopia, colonoscopia ou outros exames, o médico dá ao doente uma requisição, o doente sai dali e a única alternativa que tem é ir ao privado fazer o exame”, sustentou.
Para o responsável do JPP, “com esta matreirice, o doente é colocado a pagar do seu bolso os exames que precisa, o Sesaram reduz o número de pessoas em lista de espera, não porque há mais eficiência e respostas do Sesaram, mas porque as pessoas pagaram e depois esperam seis meses ou mais para serem reembolsados”.
Afirmando que este é “o tal modelo de sucesso na saúde de que tanto falam o PSD/CDS, Albuquerque e os deputados do PSD”, Élvio Sousa frisou que “o problema é que milhares de madeirenses vivem com ordenados e pensões miseráveis e, como não têm recursos financeiros, ficam sem exames a agravar o seu estado de saúde”.
O deputado censura a “omissão de dados informativos” que constituem um direito dos cidadãos, como é o caso do relatório agora solicitado, apontando que os relatórios de anos anteriores “comprovam a incapacidade de resposta do Serviço Regional de Saúde, assumida pelo próprio SESARAM ao definir metas que rondam apenas 20% a 60% das necessidades reais dos utentes.
“Isto é brincar com a saúde das pessoas e jogar com os números que convém apenas para dar lastro à mentira que depois plantam na comunicação social”, vinca.