Congressistas federais democratas dos EUA apelaram hoje ao governador da Flórida, o republicano Ron DeSantis, que reverta o plano anunciado na semana passada de tornar o seu estado o primeiro a acabar com a obrigatoriedade de vacinação para menores.
Os oito democratas da delegação da Flórida na Câmara dos Representantes enviaram uma carta ao governador estadual, pedindo-lhe que reconsiderasse a sua posição, argumentando que "ser o primeiro estado a abandonar estas proteções básicas coloca desnecessariamente em risco a vida das crianças".
Os planos da Flórida suscitaram várias questões entre grupos profissionais como a Associação Médica Americana (AMA) e até mesmo do presidente Donald Trump, que, na sexta-feira, pediu para "ser muito cuidadoso" porque "há vacinas que são incríveis" e que "não são controversas de forma alguma".
Os congressistas alertaram na carta que esta política "expõe o turismo da Flórida e a saúde económica em geral" daquele estado e instaram DeSantis a "reconsiderar esta política e restaurar estas salvaguardas de longa duração".
Os representantes políticos também questionaram a "retórica exagerada" do cirurgião-geral da Flórida, Joseph Ladapo, que na semana passada avisou que o governador "trabalhará para acabar com todas as obrigações de vacinação estabelecidas pela lei" da Florida, comparando isso à escravidão.
Embora a Assembleia Legislativa da Flórida ainda tenha que aprovar a eliminação dos requisitos de imunização contra doenças como difteria, tétano, poliomielite, sarampo e rubéola, o Executivo estadual já pode suprimir a obrigatoriedade de outras vacinas, como a da varicela, a pneumocócica conjugada, a hepatite B e a Haemophilus influenzae tipo b (Hib).
Os legisladores alertaram que isso "não só ameaça as crianças, mas também coloca desnecessariamente em risco os idosos na Florida", um estado atraente para os reformados, que, "geralmente enfrentam um sistema imunológico comprometido".
"Instamos a reverter esta diretriz e manter os requisitos de vacinação nas escolas. Isso ajudará a salvaguardar a saúde das crianças, famílias, educadores e a economia da Flórida, além de manter os padrões científicos que orientam as políticas de saúde pública dos Estados Unidos", concluíram os congressistas federais.