Um projeto para analisar os serviços prestados pelas Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) do município da Guarda quer proporcionar “um novo olhar” do trabalho de apoio domiciliário para idosos, sob a ótica da saúde.
Intitulado “GuardAfetos”, o projeto irá realizar uma investigação para apurar quais são os problemas de saúde e as condições de vida destes idosos, para permitir que os utentes possam permanecer “nos seus espaços de afeto”, evitando a institucionalização, declarou hoje à agência Lusa o presidente da Federação das Instituições de Terceira Idade (FITI), José Carlos Batalha.
A iniciativa une a FITI, que está integrada na Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), o Centro de Dia e Lar de Santa Ana de Azinha e a Câmara Municipal da Guarda.
A FITI e o Centro de Dia e Lar de Santa Ana de Azinha “entenderam que era importante olhar para o serviço de apoio domiciliário de forma diferente daquele que é o paradigma do serviço”.
A ideia é uma abordagem que conjugue o “serviço social - da alimentação, da higiene, da preparação e da medicação - com o olhar da saúde”, atuando também para prevenir a agudização da doença, apontou o responsável.
O projeto “é a conjugação destas duas intenções: o olhar da saúde e o olhar social”, frisou.
A ação começa na aldeia Santa Ana de Azinha e depois “vai se alastrar em primeira linha ao concelho da Guarda”, através de uma investigação, pelo período de seis meses, a cargo do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa (ISCSP-ULisboa).
A iniciativa arranca com a assinatura do protocolo de parceria do GuardAfectos, que envolve as quatro entidades (a FITI, a CNIS, o Centro de Dia e Lar de Santa Ana de Azinha e a Câmara da Guarda).
Num comunicado enviado à Lusa, a FITI afirmou que o protocolo tem como objetivo “o diagnóstico dos serviços de apoio domiciliário prestados pelas Instituições Particulares de Solidariedade Social do município da Guarda (georreferenciação, abrangência, recursos afetos, condições de funcionamento, perfil de profissionais e utentes)”.
A definição de recomendações que visem uma maior adequação destes serviços às necessidades concretas dos utentes, das suas comunidades, procurando prevenir a doença e promover o bem-estar e a saúde dos utentes, numa linha inovadora e sustentável, é outro dos objetivos.
Segundo José Carlos Batalha, a investigação vai traçar o perfil sociodemográfico dos visados e recolher dados como o tipo de habitação (se tem escadas, banheira, lareira ou ar condicionado), a existência de telefone, a que distância está a farmácia mais próxima, onde residem os filhos dos utentes e que tipo de doenças têm.
Com a apresentação dos resultados, será transmitido “ao Governo que a realidade sociodemográfica daquela zona é esta e para esta realidade sociodemográfica é preciso outra política de resposta relativamente ao serviço de apoio domiciliário”.