A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) não encontrou nexo de causalidade entre a demora no atendimento na chamada de socorro e a morte de um homem no concelho do Pombal em novembro de 2024.
Segundo as conclusões do relatório, a que a Lusa teve acesso, as probabilidades de sobrevivência deste homem, de 90 anos, "seriam semelhantes, mesmo em condições otimizadas".
O homem morreu em 04 de novembro de 2024, dia em que coincidiram duas greves que agravaram os atrasos no atendimento por parte do INEM: a greve às horas extraordinárias dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (TEPH) e a paralisação da Função Pública.
Um relatório anterior da IGAS revelou que, neste dia, mais de metade das chamadas para o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) foram abandonadas, com apenas 2.510 das 7.326 chamadas atendidas.
Segundo a informação a que a Lusa teve acesso, o relatório foi remetido ao Conselho Diretivo do INEM, ao Ministério Público e à Procuradoria da República da Comarca de Leiria, onde corre um inquérito judicial sobre este caso, assim como ao gabinete da ministra da Saúde, para conhecimento.
Além do relatório relativo aos impactos das greves na capacidade de resposta dos Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), a IGAS autonomizou os relatórios relativos a 12 mortes. Este é o oitavo caso já concluído e em dois deles os óbitos foram associados ao atraso no socorro.