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Açores com bom desempenho em estudo sobre resposta a paragens cardiorrespiratórias

LUSA
05-08-2025 14:39h

Os Açores registaram uma taxa de reversão de paragens cardiorrespiratórias de 20%, superior à média europeia, situada nos 7,5%, num estudo europeu que avaliou situações fora de ambiente hospitalar entre setembro e novembro de 2022, foi hoje anunciado.

A informação foi avançada pelo Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) após a divulgação dos dados do EuReCa-THREE, "o maior estudo europeu realizado até à data" nesta área, publicado em julho.

Em nota de imprensa, o executivo referiu que, de acordo com o mais recente relatório, “os Açores registaram uma taxa de reversão de paragens cardiorrespiratórias de 20%, um desempenho significativamente superior à média europeia, que se situa nos 7,5%".

"Esta diferença, de quase 13 pontos percentuais, coloca a região em 4.º lugar entre regiões com melhor desempenho neste domínio, ficando à frente de países como França, Espanha, Itália, Alemanha, entre outros”, acrescentou.

O secretário regional do Ambiente e Ação Climática, Alonso Miguel, que tutela a pasta da Proteção Civil, destacou “os resultados prestigiantes alcançados pelos Açores na atuação e resposta a paragens cardiorrespiratórias em contexto extra-hospitalar”.

Para Alonso Miguel, esta taxa de reversão “reflete o esforço coordenado e articulado de todos os intervenientes no sistema de emergência, desde o papel crucial desempenhado por quem testemunha estas ocorrências até à intervenção técnica e especializada dos profissionais do Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores (SRPCBA) e dos corpos de bombeiros”.

Citado na nota, o governante sublinhou que o desempenho resulta de "um investimento contínuo por parte da região", materializado na formação qualificada das equipas, na reorganização dos meios de socorro e no reforço da literacia em suporte básico de vida junto da população.

O estudo, adiantou ainda o executivo, revela que os Açores se destacam positivamente no tempo médio de resposta dos serviços de emergência médica - enquanto a média europeia se situa nos 12,2 minutos, o tempo de resposta no arquipélago é de 10 minutos (-18%).

Os dados indicam também que os Açores apresentam um tempo de atuação das equipas de emergência médica mais curto, inferior a 20 minutos, face à média europeia, que se situa em 29,5 minutos, o que “pode indicar uma maior eficiência operacional na abordagem à vítima, embora este indicador deva ser analisado com cautela, tendo em conta a complexidade dos casos”, explicou Alonso Miguel.

Segundo o governante, foram aperfeiçoados protocolos de atuação, "tanto da triagem na Linha de Emergência Médica, como das equipas no terreno, acompanhado da introdução de novas tecnologias, como a telemetria, que trazem maior rigor e eficácia à tomada de decisão”.

O relatório EuReCa-THREE concluiu ainda que os Açores, acompanhando a tendência europeia, com uma maior incidência de paragens cardiorrespiratórias em homens (56% dos casos, face a 62% na Europa) e uma idade média das vítimas de 68 anos (67,2 na média europeia).

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