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Greve da saúde no Algarve no pico do verão é "duplamente preocupante" - AMAL

LUSA
05-08-2025 13:33h

A greve no setor da saúde convocada para quinta-feira na região algarvia é “duplamente preocupante”, por coincidir com o pico do verão, considerou hoje o presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), António Miguel Pina.

“É duplamente preocupante, porque além de fazerem falta estes cuidados aos algarvios, no pico de verão, quando a população é quatro ou cinco vezes maior do que durante os outros períodos do ano, vai dar uma má imagem de um destino que não é seguro do ponto de vista dos cuidados de saúde”, referiu.

Em declarações à Lusa, o presidente da AMAL disse compreender os motivos da greve, pois quem vive no Algarve “reconhece o esforço que todo o setor, todos os profissionais, enfermeiros, auxiliares e também os médicos fazem para prestar os cuidados que são necessários” para quem reside e visita a região.

Médicos, enfermeiros e outros profissionais da área da saúde vão cumprir uma greve de 24 horas entre as 00:00 e as 23:59 de quinta-feira, no Algarve, como protesto contra a falta de profissionais no setor e o agravamento das condições de trabalho.

Segundo António Miguel Pina, “há uma grande falta de investimento” nos hospitais do Algarve, a que acresce o facto de, “passado mais de um ano”, o Governo ainda não ter dado “uma palavra clara e concreta sobre a construção do novo hospital”, que seria uma “luz ao fundo no túnel”.

“Mas, acima de tudo, há também falta de diálogo e aquilo a que assistimos é que a senhora ministra [da Saúde], já cansada, já tem dificuldade em conseguir conversar com os profissionais de saúde”, argumentou, considerando que o diálogo parece estar esgotado.

Por outro lado, o também presidente da Câmara de Olhão (PS) considera faltar uma política de habitação que seja capaz de reter na região não só os profissionais de saúde, como também, por exemplo, professores, sugerindo que se retome uma solução que existia no passado, que eram as casas de função.

A este problema soma-se a falta de condições de trabalho para estes profissionais: “Os centros de saúde, apesar de terem passado para os municípios, apesar do esforço que estes estão a fazer, muitos deles não têm ar condicionado, sei do que falo”, conclui.

A greve prevista para quinta-feira foi convocada pelo Sindicato dos Médicos da Zona Sul, pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses e pelo Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas do Sul e das Regiões Autónomas.

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