Cerca de 80.000 crianças estão em risco de serem contaminadas por cólera na África Ocidental e Central, alertou hoje o Fundo das Nações Unidas para a Infância, que apela a um financiamento de 17,5 milhões de euros.
A República Democrática do Congo (RDCongo) - nação vizinha de Angola - e a Nigéria notificaram surtos ativos, que representam uma ameaça para países vizinhos como o Chade, o Gana, a Costa do Marfim e o Togo, contextualizou a agência das Nações Unidas.
"O Níger, a Libéria, o Benim, a República Centro-Africana e os Camarões permanecem sob vigilância rigorosa devido à vulnerabilidade", frisou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
A Unicef, em colaboração com os governos locais, está a enviar esforços para "prevenir a disseminação e conter a doença em toda a região", mas alertou que precisa de um financiamento de 20 milhões de dólares norte-americanos (cerca de 17,5 milhões de euros).
Segundo o diretor regional da Unicef para a África Ocidental e Central, Gilles Fagninou, citado no comunicado, as chuvas fortes, inundações e o deslocamento interno são as principais causas de risco de transmissão de cólera.
Por outro lado, para Fagninou, a falta de água potável e as condições precárias de higiene "tornam urgente a precaução, para salvar vidas".
Na RDCongo, o país mais atingido da região por cólera, mas também por doenças como o mpox, há registos, durante o mês de julho, de mais de 38.000 casos e 951 mortes em crianças com menos de 5 anos.
De acordo com a Unicef, os dados recolhidos indicam que caso não se intensifiquem as medidas para conter a doença, as crianças na RDCongo enfrentarão a maior crise de cólera desde 2017.
"Em situações de surtos de cóleras, as crianças com menos de 5 anos são particularmente vulneráveis à doença devido a fatores como higiene precária, falta de saneamento básico e água potável, além de maior suscetibilidade à desidratação grave", concluiu.