O INEM pagou esta semana 9,7 milhões de euros de dívidas do serviço de emergência pré-hospitalar, anunciou hoje a Liga do Bombeiros Portugueses (LBP), que pretende garantias do pagamento dos 3,7 milhões em falta às associações.
Os montantes foram adiantados à Lusa pelo presidente da LPB, após uma reunião com o Ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) sobre a liquidação dos serviços de transporte de doentes prestados nos últimos meses pelos corpos de bombeiros, no âmbito do sistema pré-hospitalar gerido pelo instituto.
A reunião decorreu depois de a liga ter exigido no sábado o pagamento até hoje das dívidas do serviço de emergência pré-hospitalar referentes aos últimos meses, ameaçando suspender, na próxima sexta-feira, o transporte de doentes com as ambulâncias do INEM.
Segundo António Nunes, o INEM transferiu hoje seis milhões de euros para os corpos de bombeiros, que se somam aos 3,7 milhões que já tinham sido pagos na terça-feira, mas estão ainda em falta 3,7 milhões de euros.
“O que nós concluímos é que o dinheiro existe, mas que está a haver alguma dificuldade para que essas verbas entrem no orçamento do INEM para poderem ser transferidas para os corpos de bombeiros”, adiantou o responsável da liga, salientando que em causa estão processos administrativos.
Perante isso, a LBP pretende ter a garantia nas próximas horas de que a verba que falta transferir para os bombeiros será paga até final deste mês.
“Estamos a aguardar que a senhora ministra ou o INEM nos digam que sim, que têm condições para poder pagar até ao final da próxima semana. Se não o fizerem, na sexta-feira vamos prosseguir com o nosso protesto para chamar a atenção da opinião da pública que os bombeiros estão em dificuldades” por assegurarem uma despesa antecipada deste serviço, salientou António Nunes.
O presidente da LBP reconheceu ainda que o INEM “fez um esforço esta semana” ao transferir os 9,7 milhões de euros para as associações de bombeiros e garantiu que o socorro à população não está em causa, caso avance o protesto na sexta-feira.
Na prática, os corpos de bombeiros pretendem responder as chamadas do INEM de emergência pré-hospitalar com as suas próprias ambulâncias e não com as do instituto, o que resultará num aumento de custos para o Estado de “mais ou menos o dobro”
Os corpos de bombeiros, que fazem o transporte de cerca de 1,2 milhões de doentes por ano, por mobilização do INEM, são uma das entidades que integram o Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM), coordenado pelo instituto.