Os doentes crónicos que necessitem de medicamentos que são disponibilizados pelos seus hospitais vão passar a receber os fármacos em casa, anunciou hoje a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas.
A agência Lusa teve conhecimento de alguns casos de doentes crónicos, nomeadamente transplantados, que estão preocupados com a forma como podem ter acesso aos medicamentos distribuídos pela farmácia do hospital devido às restrições de acesso aos estabelecimentos de saúde impostos surto de Covid-19.
Questionada sobre esta situação na conferência de imprensa diária de atualização de informação relativa à pandemia da Covid-19, Graça Freitas afirmou que “todos os dias” estão a sair despachos, normas, orientações “e obviamente vai sair uma orientação para que doentes crónicos que necessitem de medicamentos que são disponibilizados pelos seus hospitais possam receber esses medicamentos em domicílio”.
Sobre como vai ser feita esta distribuição, a diretora-geral da Saúde afirmou que “as soluções são múltiplas”.
“Agora, o que interessa é que o doente no seu domicílio possa receber o seu medicamento para o prazo em que ele é necessário e, portanto, isso está a ser tratado e nenhum doente vai ficar sem medicação que será feita a entrega ao domicílio”, garantiu.
Esse sistema pode contar com a participação das farmácias, das autarquias, das igrejas, dos distribuidores de medicamento, “o que for considerado necessário”, disse na conferência de imprensa, em que esteve presente o secretário de Estado da Saúde, António Sales.
“Neste momento, como disse o secretário de Estado, aceitamos e apoiamos todas as iniciativas comunitárias e da sociedade”, adiantou, ressalvando que “os próprios hospitais têm capacidade de distribuir e fazer a distribuição dos medicamentos”.
“As soluções serão encontradas a nível local. Uma coisa são os despachos e as orientações, quer do Ministério da Saúde quer da Direção-Geral da Saúde, depois a forma como é operacionalizada em cada sítio deve ser de acordo com os recursos” de cada local, que pode ser a farmácia ou o distribuidor de medicamentos que faz a distribuição para as farmácias também o fazer ao domicílio.
Para Graça Freitas, "o que interessa é que os doentes que fazem medicação crónica fornecida” pelos hospitais “recebam no dia e na hora certa os medicamentos".
No seu boletim diário, a DGS elevou hoje número de casos confirmados de infeção com o novo coronavírus para 448, mais 117 do que na segunda-feira, dia em que se registou a primeira morte em Portugal.
Dos casos confirmados, 242 estão a recuperar em casa e 206 estão internados, 17 dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI).
O boletim divulgado pela DGS assinala 4.030 casos suspeitos até hoje, dos quais 323 aguardavam resultado laboratorial.
Das pessoas infetadas em Portugal, três recuperaram.
De acordo com o boletim, há 6.852 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde.
Atualmente, há 19 cadeias de transmissão ativas em Portugal, mais uma do que no domingo.
A nível, global, o número de infetados é superior a 180 mil pessoas, das quais mais de 7.000 morreram.