Angola registou dois mortos e 232 novos casos de cólera, nas últimas 24 horas, com o total cumulativo de 475 mortes e 12.600 infeções, desde o início do surto em janeiro deste ano, divulgou o Ministério da Saúde.
Os dados do boletim epidemiológico sobre a evolução do surto até segunda-feira adiantam que 11 das 17 províncias afetadas registaram novas infeções, sendo que Benguela lidera a lista com 104 casos dos 232 notificados.
No período em análise, registaram-se mortos nas províncias do Bengo e de Benguela com uma morte cada.
Nas últimas 24 horas, 209 pessoas receberam alta e continuam internadas 1.257 outras com cólera.
As autoridades angolanas estão a braços com o surto de cólera, declarado no dia 07 de janeiro do ano em curso, que afeta 17 das 21 províncias do país, acumulando 12.600 casos, maioritariamente em Luanda, capital do país e o epicentro da doença, com a soma de 5.053 infeções nos últimos três meses.
No que se refere aos mortos, com uma taxa de letalidade de 3,8%, Luanda também vai com 184 mortes do total reportado.
Na segunda-feira, a comissão multissetorial de luta contra a cólera manifestou-se preocupada pela não observância das medidas de prevenção e combate à doença, pela população.
“Não basta haver apenas uma ação do executivo quer a nível central quer a nível local, mas precisamos todos de ter um engajamento para que consigamos debelar este mal”, disse à imprensa a ministra de Estado para a área Social, Maria Bragança.
A governante angolana fez um apelo à sociedade no sentido de acatar com as medidas de higiene.
“Cada cidadão no mercado tem de ter extremo cuidado no manuseio dos alimentos, a forma de depositar os dejetos, defecação ao ar livre, é uma das formas muito graves de propiciar a transmissão desta doença através de vetores”, disse.
Segundo Maria Bragança, apesar da distribuição de água tratada continua a verificar-se “falta de higiene”, dificultando o combate deste surto.
“Temos a certeza que com as medidas que o Governo vai agora implementar, de forma mais focada, priorizando as áreas com maiores números de casos, em que há também uma maior mortalidade, obviamente acompanhadas de medidas para fazer uma estabilização dos casos e para prevenir esta situação noutras localidades, esperamos vencer este surto de cólera”, disse.