O Presidente da República Dominicana, Luis Abinader, anunciou novas medidas para reforçar o controlo migratório na fronteira, numa altura em que regista um aumento da violência no vizinho Haiti.
Na capital do Haiti, Port-au-Prince, vários grupos armados controlam partes significativas da cidade.
Na República Dominicana, o chefe de Estado apresentou 15 medidas que pretende que sejam uma mensagem clara dirigida ao crime organizado no Haiti.
"Os grupos criminosos haitianos não vão encontrar refúgio na nossa terra. A violência que destrói o Haiti não vai passar para a República Dominicana", disse Abinader, citado pelo jornal El Día, de Santo Domingo.
Entre as 15 medidas adotadas estão o aumento do número de efetivos do Exército para controlar as zonas de fronteira.
Segundo o chefe de Estado, o contingente militar de 9.500 soldados vai aumentar para os onze mil.
Neste momento, a barreira de segurança construída pela República Dominicana prolonga-se por 54 quilómetros, mas os militares vão concentrar-se, sobretudo, numa zona de 13 quilómetros.
A barreira tem como objetivo conter as redes haitianas de contrabando de pessoas.
Neste sentido, a República Dominicana anunciou o combate às redes de tráfego de seres humanas alertando que as consequências vão ser "mais drásticas".
Serão reforçados os controlos nos hospitais e centros de saúde da República Dominicana, onde os "doentes estrangeiros" vão passar a ter de apresentar autorizações de residência e de trabalho.
Abinader também apresentou uma proposta para promover o mercado de trabalho em zonas menos povoadas da República Dominicana.
Em outubro de 2024, o Presidente Abinader ordenou a deportação de migrantes em situação irregular: cerca de dez mil pessoas por semana, na maior parte cidadãos de origem haitiana.
Desde que esta medida foi tomada, segundo dados oficiais, mais de 180 mil cidadãos haitianos em situação irregular foram repatriados, apesar dos apelos das organizações e agências internacionais sobre a violência e a falta de segurança no Haiti.
Em 2024, mais de 5.600 pessoas morreram devido à violência exercida pelos grupos de crime organizado no Haiti.