SAÚDE QUE SE VÊ

Ministra justifica escolha com necessidade de transformar direção do SNS

LUSA
21-01-2025 13:11h

A ministra da Saúde justificou hoje a escolha de Álvaro Almeida para diretor executivo do SNS com o seu perfil de gestor, sensibilidade para a Saúde e conhecimento do terreno, características que facilitarão a transformação pretendida pelo Governo.

Em declarações aos jornalistas à margem da inauguração, hoje de manhã, das instalações da Unidade de Saúde do Catujal (ULS São José), Ana Paula Martins anunciou a escolha do antigo presidente da Entidade Reguladora da Saúde para substituir o anterior diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde, António Gandra d'Almeida, que se demitiu na sexta-feira.

A governante começou por afirmar que “é importante existir” a Direção Executiva do SNS, mas considerou que as suas funções e, sobretudo, a sua organização “tem de ser revista”.

“Porque entendemos que estamos num momento em que é fundamental que essa transformação ocorra”, declarou.

Nesse sentido, o próximo diretor executivo será “uma das personalidades e individualidades que, no país, tem um grande conhecimento da área da saúde”.

“Já foi presidente da Administração Regional de Saúde do Norte, presidente da Entidade Reguladora da Saúde, enfim, tem um vasto currículo”, lembrou.

A ministra salientou que Álvaro Almeida tem “um perfil diferente, exatamente, por causa” da transformação da organização que o Governo pretende dar à DE-SNS.

“Um perfil mais de gestão, mas de gestão muito articulada” com os dirigentes do Serviço Nacional de Saúde e com os profissionais de saúde.

Além disso, Ana Paula Martins disse que o novo diretor executivo tem “sensibilidade para a saúde” e conhecimento do terreno.

“Neste caso do professor Álvaro Almeida não é só conhecimento do terreno, é também um conhecimento que lhe vem da academia”, salientou.

Questionada sobre uma notícia avançada hoje pelo Correio da Manhã de que a ministra sabia da acumulação de funções de António Gandra D’ Almeida, Ana Paula Martins disse que conhecia o relatório de avaliação da Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP), que é público, como para todos os dirigentes da administração pública.

“A posição da CRESAP, e que está nesse relatório e que os senhores jornalistas também podem consultar porque é público, é a de que o perfil, as competências e o currículo do doutor António Gandra d’Almeida é o adequado para as funções de direção executiva do SNS”, afirmou.

A ministra disse que ainda não teve oportunidade de falar com Gandra d’Almeida desde que tomou a decisão de se demitir, que aceitou de imediato, mas agradeceu o trabalho que fez juntamente com a sua equipa.

“A decisão de demissão do diretor executivo foi uma decisão individual que eu respeito”, afirmou.

Tendo em conta as notícias sobre a alegada acumulação de funções públicas e privadas de Gandra d’Almeida, o diretor executivo decidiu que, “para proteger o lugar e o Serviço Nacional de Saúde, para proteger-se a si e à sua família e enquanto decorrem possíveis investigações, (…9 devia pôr o lugar à disposição”, referiu a ministra.

Ana Paula Martins disse que entendeu a decisão do responsável e assegurou que voltaria a fazer o mesmo: “Respeitar em primeiro lugar” a decisão do diretor executivo então em exercício.

“Em segundo lugar, fazer aquilo que me compete enquanto membro do Governo, que era encontrar nomes, pessoas que pudessem assumir o mais rapidamente possível esta função”, que “é preciso rever e organizar”, o que já estava a ser trabalhado com Gandra d’Almeida.

Na sexta-feira, António Gandra d'Almeida pediu a demissão das suas funções, horas depois de a SIC ter noticiado que acumulou, durante mais de dois anos, as funções de diretor do INEM do Norte, com sede no Porto, com as de médico tarefeiro nas urgências de Faro e Portimão.

MAIS NOTÍCIAS