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População da Guiné-Bissau pode pela primeira vez fazer hemodiálise no país

Lusa
17-01-2025 13:54h

A população guineense vai ter, pela primeira vez, resposta para problemas de saúde renais, sem ter que viajar para o estrangeiro, com a abertura do primeiro centro de hemodiálise da Guiné-Bissau, anunciou hoje o Presidente.

O chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló, visitou o novo espaço instalado no principal hospital da Guiné-Bissau, o Simão Mendes, e que disponibiliza na abertura, apontada para o final de janeiro, cinco cadeiras para diálise.

O objetivo é aumentar a resposta com mais dez cadeiras até ao final do ano, segundo o Presidente, que considerou “uma vergonha", a Guiné-Bissau não ter um centro de hemodiálise em 51 anos de independência.

O primeiro da história do país está pronto com “equipamento de ponta” e técnicos com formação específica, salientou, agradecendo ao rei de Marrocos o apoio disponibilizado para o projeto.

O Presidente indicou que a ideia é, também, tentar instalar este serviço nas grandes regiões do país, até ao final do ano, e ainda que será instalado outro centro no Hospital Militar, também em Bissau.

“Temos que ter porque é lamentável termos pessoas que vão a Ziguinchor [Senegal] fazer diálise, temos entes queridos que estão em Portugal que não podem vir à Guiné”, observou.

O chefe de Estado guineense acredita que este equipamento vai “poupar muitas vidas” e exortou os agentes hospitalares a “tomar conta destas máquinas como própria vida” porque “vão salvar muitas vidas”.

O Estado guineense, segundo disse, também vai poupar dinheiro com menos deslocações de doentes ao estrangeiro.

Sissoco Embaló reconheceu que ainda há muito a fazer na área da saúde na Guiné-Bissau e, quando questionado pelos jornalistas sobre o custo do acesso aos cuidados, afirmou que o Estado vai continuar a comparticipar, mas os doentes também.

“Em toda a parte do mundo as pessoas pagam escolas, pagam hospitais, pagam impostos religiosamente. Nós ainda estamos a viver na era do comunismo, aqui, escola grátis, hospital grátis, a população não paga impostos”, afirmou.

O Presidente disse que “não se pode de maneira nenhuma deixar alguém morrer só porque não tem dinheiro”, mas tem de haver comparticipação do Estado e dos utentes.

Os setores da saúde e da educação estão sob a ameaça de mais uma greve geral no final de janeiro, se o caderno reivindicativo para os profissionais do setor não for atendido pelo Governo de iniciativa presidencial.

O chefe de Estado disse hoje que chamou a ele este assunto porque considera “insustentável” as sucessivas greves nestes setores.

“É uma precisa uma trégua nacional”, afirmou, acrescentando que a greve “é um direito que assiste a toda a geste”, mas quer saber o que se passa.

Sissoco Embaló disse já ter falado com o presidente e o secretário-geral dos sindicatos.

“Isto já ultrapassa o Governo, e é uma situação que tem que estar sob a alçada do Presidente da República e, de uma vez por todas, temos que acabar com a greve nestes setores”, declarou.

O Presidente guineense quer “tréguas”, enquanto decorrerem as conversações e diz que “nem a Guiné-Bissau, nem os alunos, nem os pacientes vão ser reféns” desta situação.

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