O vice-ministro para o Fortalecimento Institucional da Saúde timorense, José dos Reis Magno, afirmou hoje que Timor-Leste pode ser declarado, em breve, como um país livre de malária.
“Em termos de controlo da malária em Timor-Leste estamos numa fase de avaliação para certificação da eliminação. Há alguns meses recebemos uma delegação de Genebra e avaliaram os esforços implementados. Achamos que com esta avaliação teremos boas notícias para o povo de Timor-Leste”, afirmou o vice-ministro.
José dos Reis Magno salientou que mesmo com a erradicação, as autoridades vão continuar a controlar a doença, principalmente os casos importados.
No início do ano, em janeiro, Timor-Leste registou oito casos importados de malária no município de Covalima, depois de ter estado dois anos sem qualquer registo da doença infecciosa, indicou o relatório mundial sobre a malária de 2023.
O vice-ministro para o Fortalecimento Institucional da Saúde falava aos jornalistas no âmbito de uma conferência para assinalar 20 anos de cooperação com o Fundo Global no combate à malária, tuberculose e vírus da Sida.
Com a possibilidade de erradicação da malária, José dos Reis Magno disse que se vai passar a dar “mais atenção à tuberculose e ao HIV” (vírus da imunodeficiência humana).
Em relação ao vírus da Sida, o vice-ministro salientou que está a ser feita mais prevenção junto dos timorenses.
Dados do Fundo Global, indicam que em 2023 existiam 1.103 pessoas a fazer tratamento com antirretrovirais.
“Na tuberculose temos um número elevado”, afirmou José dos Reis Magno.
Dados divulgados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em novembro passado, indicam que Timor-Leste notificou 6.171 casos de tuberculose em 2023, o valor mais elevado dos últimos anos.
Mas, segundo a OMS, o aumento “reflete o impacto da intensificação da vigilância e da melhoria dos sistemas de diagnóstico implementados no país”.
“Apesar do aumento dos casos detetados, Timor-Leste alcançou progressos significativos no controlo da tuberculose, reduzindo as mortes relacionados com a doença em 55% entre 2015 e 2023”, referiu a OMS.