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Serviço de Cardiologia Pediátrica da ULS de Coimbra faz intervenção pioneira

Lusa
20-08-2025 14:40h

O Serviço de Cardiologia Pediátrica da Unidade Local de Saúde (ULS) de Coimbra implantou uma válvula pulmonar através da pele, em idade pediátrica, pela primeira vez em Portugal.

“A intervenção – pioneira em Portugal, em idade pediátrica – contou com a colaboração do professor Stephan Schubert, do Center NRW Bad Oeynhausen, na Alemanha”, avançou a ULS, em comunicado enviado hoje à agência Lusa.

A válvula pulmonar HarmonyTM TPV “apresenta um perfil de maior segurança no tratamento de determinadas patologias congénitas com envolvimento da válvula e tronco da artéria pulmonar, evitando o recurso ao tratamento cirúrgico”, explicou.

Um jovem de 17 anos portador de uma cardiopatia congénita (Tetralogia de Fallot), que necessita sempre de correção cirúrgica nos primeiros meses de vida, foi o doente intervencionado.

Segundo o diretor do Serviço de Cardiologia Pediátrica da ULS de Coimbra, António Manuel Pires, “esta cirurgia pode condicionar insuficiência da válvula pulmonar nativa, situação que ao longo dos tempos dilata progressivamente o ventrículo direito, podendo causar disfunção do mesmo”.

Esta mesma situação “pode ocorrer em outras cardiopatias congénitas operadas com envolvimento da válvula pulmonar”, acrescentou.

António Manuel Pires explicou que, por isso, “foi proposto para implantação percutânea de uma válvula pulmonar”, tendo a opção recaído na HarmonyTM TPV, “inovadora por ser auto-expansível (não requer dilatação com cateter de balão)” e por não precisar “da implantação concomitante de outros dispositivos (stent)”.

“Como tal, requer menos manipulação, a implantação de menos material exógeno, apresentando assim um perfil mais seguro para o doente”, frisou o especialista, acrescentando que “a alternativa a este procedimento seria uma nova abordagem cirúrgica, que implicaria recurso a circulação extracorpórea e um internamento mais prolongado”.

O presidente do conselho de administração da ULS, Alexandre Lourenço, considerou que “esta intervenção é mais uma prova da capacidade de inovação do Serviço Nacional de Saúde e do pioneirismo de Coimbra na saúde em Portugal”.

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